Novidades

02 DOS MELHORES LIVROS DO GÊNERO POLICIAL PARA VOCÊ LER NAS FÉRIAS


“VOCÊ SABE A DIFERENÇA ENTRE MISTÉRIO E SUSPENSE?

SUSPENSE É QUANDO VOCÊ SABE O QUE VAI ACONTECER E OS PERSONAGENS NÃO.

MISTÉRIO É QUANDO OS PERSONAGENS SABEM O QUE VAI ACONTECER E VOCÊ NÃO.”

Frase de Alfred Hitchcok


Para ilustrar este post escolhi a obra de arte, o quadro – “A Leitora” pintura óleo sobre tela do século XVIII do pintor francês Jean-Honoré Fragonard.


Eu adoro Cultura, principalmente ler bons livros – neste post faço uma das coisas que mais gosto de fazer depois de achar verdadeiras pérolas em formas de obra de arte – compartilhar com você dois livros do gênero policial, ambos de tirar o fôlego que combinam o melhor das histórias de suspense com um texto muito bem escrito.

Espero que, caso você decida lê-los, eles te ajudem a relaxar mais nestas férias:


Oi – E você? Já sentiu medo, raiva ou culpa das escolhas que fez alguma vez na vida?

E se você tentasse esconder dos outros durante muito tempo suas escolhas ruins?

Como reagiria se alguém descobrisse os segredos que você tentou esconder a vida toda?

Este é o drama e o dilema da personagem principal do primeiro livro que eu gostaria de te recomendar para ler nas férias:

dica de livro
  • Twitter
  • LinkedIn
  • Google+

Um assassino entre nós

O Livro é um romance policial, daqueles de tirar o folego.

A autora Ruth Rendell é inglesa (pré-requisito para ser um bom escritor de estórias policiais, na minha opinião).

O mais curioso é que a primeira linha do livro começa assim:

“Eunice Parchman matou a família Coverdale porque não sabia ler nem escrever…”

Uau, ela começa contando o final da estória e vai logo dizendo quem é o assassino na primeira linha!

Engano imaginar que por causa disto o livro ficará desinteressante ou chato.

Pelo contrário, a forma como foi escrito é de deliciar qualquer mente que adore uma boa leitura.

Contar o surpreendente final logo no início, na primeira linha é ousado.

Se o leitor cair na segunda linha sem se sentir desanimado para ler o resto do livro por causa da revelação bombástica vai descobrir uma excelente obra de entretenimento.

Em resumo, Eunice Parchman é uma analfabeta que vai trabalhar como governanta na casa de uma família rica e muito instruída do interior da Inglaterra.

Os Coverdale nem sonham com o analfabetismo da empregada e ela faz muitíssima questão de que eles nunca saibam disto, da mesma forma como viveu a vida toda escondendo este segredo de todos do seu convívio, com exceção dos seus pais.

Todos da família para quem trabalha acabam pagando com a própria vida ao descobrirem este segredo da governanta.

Ao contrário do que acontece conosco quando estamos na fila do cinema e um chato conta o enredo e o desfecho do filme, este livro se torna mais interessante de ser lido exatamente por estes detalhes.

Ficamos curiosos para saber qual foi a engenharia que a mente de uma analfabeta teve que fazer para esconder seu segredo e depois para aniquilar seus novos inimigos super letrados.

Por ser uma analfabeta, para cometer os crimes ela agiu como o melhor dos letrados, tamanho o nível de elaboração que os caracterizava.

É através da caracterização psicológica dos personagens que o livro conquista a nossa adesão, nos tornando íntimos das pessoas que (tendo acabado de conhecer e até admirar ) sabemos que irão morrer em breve.

Através da lente da protagonista, Eunice, a governanta analfabeta, podemos imaginar como é a mente de um analfabeto, que por considerar a instrução um processo de inclusão social, se sente deslocado, perdido e capaz de matar aqueles que descobrem tal fraqueza.

Chama a atenção a maestria e a habilidade de Eunice em esconder que não sabia ler nem escrever, durante todos os dias de sua vida.

O maior choque foi Eunice na sua condição de analfabeta, ter ido trabalhar para a família de pessoas mais instruídas da Inglaterra e o seu malabarismo mental para fazê-los pensar o contrário.

Os truques, as mágicas e as mentiras que ela tinha que elaborar toda vez que ameaçavam descobrir seu segredo são de tirar o chapéu.

Ela escondia seu defeito disfarçado dentro de uma timidez e uma retração incrível.

E foi exatamente sua reclusão que chamou a atenção dos Coverdale, que tentando ajudar, quiseram mudar a situação e acabaram sendo vítimas do seu ato de bondade.


Livro A interpretação do assassinato
  • Twitter
  • LinkedIn
  • Google+

A interpretação do assassinato

Atenção: Houve um assassinato! Veja como ele foi inteligentemente interpretado!

Esta é a minha segunda dica fantástica de livro para você ler nos próximos dias (no feriado, por exemplo):

A Interpretação do Assassinato, de Jed Rubenfeld.

Ele é uma narrativa fascinante e é muito difícil o exercício de ter que interromper sua leitura até para ir ao banheiro.

Trata-se de um livro que fala da Nova York do início do século passado, mesclando personagens reais e personagens fictícios, todos extremamente fascinantes.

O livro tem de tudo: inspiração, ação, suspense, reviravoltas e muita inteligência regados a uma boa dose de humor.

O período em que se passa a história é o ano de 1909, num mês de agosto, começando no dia 29 de agosto, quando Freud e seu discípulo Carl Jung desembarcaram para palestrarem em terreno americano, numa tentativa de difundir mundialmente a psicanálise.

Nem bem eles colocam os pés no solo americano, já acontece uma morte misteriosa num luxuoso prédio da aristocracia americana.

Uma moça da alta sociedade é assassinada por um serial killer que no dia seguinte tenta fazer uma segunda vítima, que por sorte consegue escapar da morte.

Ela passa a ter sérios transtornos mentais provocados por este ataque e passa a sofrer de histeria, perdendo completamente a voz e não conseguindo se lembrar de nada do que aconteceu naquela noite de horror em que foi atacada.

Numa sacada genial do autor, que mistura temas de direito, de literatura clássica, de psicologia e de roteiro de cinema, ele coloca para ajudar a polícia um jovem psicanalista americano para auxiliar a desvendar o mistério.

Este jovem resolve então envolver os mestres e pais da psicologia que lá estavam – Freud e Jung – que passam por sessões de análise, especulações sobre o caso e até evocam textos de Shakespeare.

Numa mistura fascinante de papéis – de detetive extremamente inteligente e com excelente processo de dedução lógica e de psicólogo – dotado de uma extrema habilidade de analisar, entender e desvendar os segredos da mente humana.

Uma combinação imperdível.

Ele mistura temas como Thriller, romance, ficção policial, corrupção na Manhattan do início do século passado e fala das resistências que as ideias inovadoras do mestre Freud causavam na população.

Muitas pistas, inclusive falsas, personagens envolventes e cativantes, cadáveres misteriosamente desaparecidos e um enredo muito bem escrito tornam este livro uma leitura agradável e um passatempo muito legal mesmo.


Para trilha sonora de encerramento deste post, escolhi uma música típica daqueles filmes policiais – que sugere suspense, ação e intriga – Ouça a famosa “Peter Gunn” de Henry Mancini :

About Mauro Condé [ MaLuCo:) ] 3589 Articles
Nascido em Belo Horizonte, Mauro Lúcio Condé carrega uma bagagem profissional de muito prestígio. De simples operário, Condé chegou à diretoria da General Eletric e também passou por grandes empresas como EDS e GEVISA, mas consagrou de vez sua carreira no Citibank, do qual foi Diretor Executivo de Qualidade e depois como executivo do Banco Itaú e Telefônica. As mais de quatro décadas de experiências levaram Mauro Condé a abrir sua própria empresa de consultoria e ministrar palestras no Brasil e no mundo.
Contact: Twitter

Be the first to comment

Leave a Reply

Your email address will not be published.


*