Agarre o destino pela garganta
Mauro Condé
“Não há nada mais belo do que distribuir a felicidade para o máximo de pessoas possível”.
Acabo de voltar de uma viagem rumo ao conhecimento, usando como meio de transporte excelentes livros sobre Música Clássica.
Eles me levaram para Viena, na Áustria de 1826, onde fui recebido por Ludwig van Beethoven, um dos maiores músicos da história (cujo sobrenome significa horta de beterrabas), a quem fui logo pedindo:
Ensina-me algo que eu ainda não saiba e tenha o poder de mudar a minha vida para melhor.
Viva de tal forma que sua vida transforme significativamente a vida das outras pessoas através da criação de memórias e experiências positivas e inesquecíveis.
E também agarre o destino pela garganta!
Seja o mais resiliente possível e desenvolva uma capacidade de superação maior do que os problemas e os obstáculos que porventura apareçam no seu caminho.
Aos 26 anos, o músico começou a sofrer com os primeiros sintomas de uma surdez progressiva, obstáculo praticamente intransponível para qualquer um que se atrevesse a viver de música.
A doença evoluiu para a surdez total no transcorrer de sua vida e isso significou uma gravíssima limitação física que, ao longo de sua carreira, afetou o sentido que para ele deveria ser mais aguçado do que em qualquer outra pessoa.
Após longo período de depressão, Beethoven escreveu para os irmãos dizendo que, durante muito tempo, pensou seriamente em cometer suicídio, até o dia em que criou coragem e resolveu agarrar o destino pela garganta.
Tal gesto de lutar pela vida fez com que a terrível perda da audição o libertasse de toda e qualquer convenção musical anterior e o permitisse criar um novo tipo de música abstrata e totalmente inovadora, até para os dias de hoje.
Pouco antes de morrer, ele viveu um dos momentos mais sublimes de sua vida:
Ao final da execução de sua Nona Sinfonia, não ouvindo absolutamente nada e posicionado de costas para o público, concentrado na partitura, Beethoven foi puxado por uma jovem assistente e obrigado a se virar para a plateia que o aplaudia calorosamente de pé.
Ele se inclinou e agradeceu, deixando cair as lágrimas que se acumularam no cantinho dos seus olhos.
Há dois séculos e meio de distância do seu nascimento, sua música ainda soa revolucionária e inesquecível, visto que proporciona a experiência de estarmos diante do melhor de nós mesmos, quando a escutamos.
Palestrante, consultor e fundador do Blog do Maluco
Para encerrar esse post de forma ainda mais motivadora, deixo você na companhia de 03 obras de arte:
1-VISUAL : Aprecie a pintura:
The piano (Velazquez) – obra de Pablo Picasso, de estilo surrealista, pintada em 1957
2-LITERÁRIA – Leia o livro :
Sinopse do livro – fonte original – Amazon :
“Beethoven está mais vivo do que nunca. Suas composições são executadas em orquestras ao redor do mundo e sua popularidade ultrapassa os limites dos apreciadores da música clássica: as quatro notas que abrem sua Quinta Sinfonia são conhecidas por todos e a melodia de Pour Elise tornou-se até símbolo da presença do caminhão de gás.
Popular, mas nunca banal: Beethoven é reconhecidamente um gênio. Para celebrá-lo à altura, este livro reúne dois autores: um maestro brasileiro contemporâneo, João Maurício Galindo, e um romancista francês do início do século XX, Romain Roland.
Ambos nos situam Beethoven em seu tempo, em sua família, na sua relação com outros músicos, com mecenas, com o público, até com mulheres. Mostram suas idiossincrasias, fraquezas e nos apresentam, enfim, um Beethoven com muitas facetas, desde um ser mitificado, endeusado, até um ser humano – de enormes dimensões, sem dúvida, mas um ser humano como qualquer um de nós. “
3-MUSICAL – aprecie um trecho do famoso filme em que o gênio Beethoven interpreta a sua obra prima e que ele termina em êxtase, sem ouvir os aplausos da platéia até que sua assistente desperte sua atenção para o fato )trecho em 12:00 min ) – De Arrepiar:
Beethoven – Sinfonia n.º 9 – “À Alegria”
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