PARA NÃO AFUNDAR PSICOLOGICAMENTE
*Mauro Condé
Acabo de voltar de uma excelente viagem rumo ao conhecimento.
O meio de transporte que usei foi um livro velho, mas muito bem escrito.
Ele me levou à Alemanha do século XIX, no ano de 1854, onde caí na casa de um filósofo considerado uma das maiores inteligências.
Lá dentro, me esperava para um bate-papo e para tomar um café o famoso Arthur Schopenhauer.
Assim que fomos apresentados, eu fui logo pedindo:
Por favor, me ensine algo que ainda não sei e que tenha poder de mudar a minha vida para melhor.
Schopenhauer deu um breve sorriso e me respondeu:
– Olha, meu rapaz, você chegou na hora certa.
Acabo de publicar alguns escritos que estão dando o que falar pelo mundo, nesse final do século XIX.
Até hoje, a crença dos filósofos que me antecederam é a que o ser humano era movido à pura razão.
Sempre discordei dessa tese e durante anos observei as maiores dores e sofrimentos humanos na busca de uma estratégia que nos ajude a não afundar psicologicamente.
Cheguei então à conclusão de que nós somos movidos não pelo poder da nossa razão, mas sim pelo poder da nossa vontade (uma força cega e destrutível quando nos leva a desejar o que não podemos).
Descobri que grande parte do pensamento humano não é intencional, ele simplesmente acontece, o que dá origem à maioria das vontades que nos aprisionam tanto na vida.
Somos dominados por um querer involuntário.
A vontade gera ímpetos, gera desejos que em sua maioria geram nossos maiores sofrimentos.
O problema é que o desejo nunca acaba.
Para fazer isso sugiro que as pessoas procurem conhecer as vontades que assaltam as mentes e aprendam a dominá-las ao invés de serem dominados por elas buscando reduzir os seus sofrimentos.
O cultivo das artes é um bom paliativo para o domínio das vontades.
Leia Schopenhauer para se conectar com os atalhos do autoconhecimento.
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