Naquela tarde, o velho Santiago tomou uma decisão.
Após três meses sem pegar nenhum peixe, zombado pelos outros pescadores, ele resolveu enfrentar o alto-mar sozinho, na solidão de um pequeno e frágil barco.
Dominado pelos sentimentos de raiva, medo, culpa e vergonha diante da opinião dos outros pescadores, ele quis provar que ainda era um bom pescador.
Passou um longo período na mais completa solidão, travando uma luta solitária contra um imenso animal, quase mitológico, como em outro clássico da literatura Moby Dick (já resumido nesse livro).
Sozinho, na companhia de seus pensamentos, Santiago travou uma luta contra suas dúvidas, suas angústias pessoais e as dores musculares causadas pelo stress e pela idade avançada.
Com gosto de carne crua, as mãos úmidas de sangue, ele lutou muito até o peixe se dobrar à sua força física e mental.
Voltando para casa, triunfante, Santiago se deparou com um acontecimento inesperado e que se transformou num desafio maior do que a própria pesca : O aparecimento de ferozes tubarões…
Um baita livro, escrito pelo excelente Ernest Hemingway, idolatrado desde os tempos em que era correspondente de guerra na Europa e fanático por touradas.
O Velho e o Mar (1952) é a melhor síntese de sua obra e de sua visão do mundo.
Um super livro, cativante pelo estilo ágil e nervoso, fruto de uma habilidade em prosa típica de um profissional do jornalismo.
Ele mergulhou fundo nos limites da capacidade humana diante de uma natureza cruel que se recusava a cooperar, onde o velho como protagonista enfrentou os mais variados antagonistas numa luta e auto devoração sem fim.
Praticamente a metáfora de uma vida cheia escolhas e de riscos, de investimentos que, no final, resultam em solidão ao lado de uma carcaça sem valor.
Quando eu li esse livro, imaginei o dia em que compartilharia um resumo dessa história como sugestão de leitura agradável e inspiradora.
Hoje, esse dia chegou.
Veja abaixo a capa desse excelente livro:
Também aprecie uma bela foto de Hemingway posando com um Marlin em Havana Harbor, Cuba, em julho de 1934 :
Ouça a bela música “O Velho e o Mar” – Rubel:
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