“Sou cético, mas não me felicito por isso. Desejo que os jovens tenham direito à esperança.” A frase inspiradora do dia – de Jorge Luis Borges.
Minha missão na vida e meu propósito com o blog do maluco é contribuir para o mundo melhorar, tentando ajudar as pessoas a serem pessoas ainda melhores do que já são.
Para atingir esse objetivo, eu procuro compartilhar informações inteligentes úteis, relevantes e de muito sentido que tenham o poder de mudar a vida e o comportamento dos nossos leitores para melhor.
Eu quero muito mesmo te servir de maneira que você possa aumentar o seu valor pessoal e profissional.
Nossos inimigos em comum são o tédio, a monotonia, a rotina, o stress, os problemas e a falta de tempo nossa de cada dia.
Espero que você goste e volte outra vezes !
Minha dica de Cultura – Dica de Leitura de hoje vai para um senhor livro escrito por um senhor escritor :
Leia o Clássico : “FICÇÕES” DE JORGE LUIS BORGES
Ficções é uma excelente obra clássica escrita por um dos meus escritores preferidos de todos os textos – Jorge Luis Borges.
O livro é tão bom que serviu para alçar o mestre Borges ao universo reconhecido dos maiores e mais premiados escritores de todos os tempos.
Escrito de uma forma fora do comum e aberto ao fantástico, o livro nos brinda com algumas boas horas de leitura, que farão com que seus textos se grudem em nossa mente para o todo sempre.
Ficções reúne os contos publicados por Borges na década de 40.
Dono de uma beleza estética na escrita sem comparações, Borges foi um mestre na arte da síntese e um excelente descritor de seus próprios pensamentos sobre o mundo, o universo, sempre abordando temas recorrentes em sua carreira como o tempo, a eternidade, o todo e o infinito.
Imagine ler um livro que te dá a sensação de estar dentro de múltiplos labirintos que se desdobram num jogo interminável de espelhos representando diferentes hipóteses, num tom que beira a melhor literatura policial e um senso apurado de aventura, saindo de um simples ponto da simplicidade para ir ao ponto máximo da complexidade metafísica.
Eu aprendi muito lendo os vários livros de Borges na vida, a maioria eu li em Espanhol e em longas horas sentado nas cafeterias de Buenos Aires, para sentir o cheiro dos lugares frequentados pelo escritor enquanto compunha sua obra e viver a experiência de estar fisicamente no mesmo lugar em que sua mente concebia tamanha obra prima.
Borges é até hoje o meu melhor professor sobre a arte da síntese bem feita.
Repleto de frases sucintas e enxutas, sem nunca perder o significado e a essência do seu texto, Borges flertou com tanto com a poesia quanto a prosa e namorou com a filosofia e o bom humor enquanto despejava para fora cada letra do que tinha dentro do seu pensamento enquanto redigia esse livro belíssimo.
Se você aceitar o desafio de ler Ficções, sugiro que você não perca de forma nenhuma alguns de seus textos mais famosos, tais como, por sugestão :
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“A biblioteca de Babel”, em que o universo é equiparado a uma biblioteca eterna, infinita secreta e inútil; esse conto aguçou em mim a vontade de viver e morar num ambiente de uma enorme biblioteca.
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Esse conto me inspirou tanto que me fez ter um último desejo na vida : Se a mim fosse dado o direito de escolher o local onde morrer um dia, eu pediria que a vida me desse o privilégio de morrer dentro de uma biblioteca. Seria um fim apoteótico e uma despedida incrível desse mundo.
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“Funes, o Memorioso”, cujo protagonista tinha “mais lembranças do que terão tido todos os homens desde que o mundo é mundo”;
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“Pierre Menard, autor do Quixote”, cuja “admirável ambição era produzir páginas que coincidissem palavra por palavra e linha por linha com as de Miguel de Cervantes”; e
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“As ruínas circulares”, em que o protagonista quer sonhar um homem “com integridade minuciosa e impô-lo à realidade e no final compreende que ele também era uma aparência, que outro o estava sonhando”
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“O milagre secreto”, onde Borges conta a história de um Jaromir Hladík, um escritor judeu preso pela Gestapo em Praga em 1939.
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Hladík é condenado à morte e faz um pedido a Deus: ter tempo de terminar um drama em verso, intitulado Os inimigos.
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Na noite anterior a sua execução, Hladík sonha que está na biblioteca do Clementinum, um prédio histórico de Praga, e diz ao bibliotecário que procura por Deus.
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O bibliotecário responde: “Deus está numa das letras de uma das páginas de um dos quatrocentos mil tomos do Clementinum”. Mas Hladík encontra Deus no primeiro livro que abre, e Deus lhe diz que seu desejo será atendido.
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O final é simplesmente delicioso e eu vou deixar você com vontade de ler o livro, ou pelo menos esse conto para saber o que acontece..
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Ler Ficções é um exercício o tempo todo de contato puro com o melhor da imaginação e da erudição incrível de Borges.
Eu adoro quando ele faz o jogo imaginário de atribuir obras fictícias a autores conhecidos e famosos, colocando pessoas inventas em situações absolutamente verdadeiras.
Ler Borges, ler Ficções é literalmente se deixar ser guiado por um cego de mente interminável.
Perceba os detalhes da capa do livro abaixo, de uma edição nacional, que simboliza a delicadeza da obra, construída sobre uma espécie de geometria, como se todos os contos fossem traçados a régua, compasso e esquadro.
Ler Borges é ter contato com um verdadeiro químico das letras que produziu seus livros em verdadeiros laboratórios, com cada palavra sendo medida e pesada com exatidão antes de ser impressa em suas páginas.
Ler ficções é dar asas aos seus devaneios, aos seus pânicos e seus pavores relacionados ao medo da morte, ao desejo da imortalidade e a estranha vontade de guardar o tempo numa caixinha sem deixá-lo vazar, escapar ou simplesmente passar até o fim da vida.
Veja a capa da edição nacional:
Para encerrar esse post de forma ainda mais inspiradora, deixo você na companhia de uma música que cumpre esse papel : inspirar para a vida melhorar :
Ouça Gustavo Santaolalla – De Ushuaia a la Quiaca da trilha sonora do filme Diários de Motocicleta, trilha que eu adoro ouvir enquanto degusto algumas palavras dos belos livros de Jorge Luis Borges :
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