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Malucando pela internet, encontrei uma entrevista com Clóvis de Barros Filho, professor de ética na USP.O professor Clóvis é interessante e engraçado e ele quase que se auto-entrevistou, sem deixar espaço para o Jô Soares fazer perguntas(kkk). O seu conteúdo é muito bom e a entrevista foi muito legal. Vale a pena procurar por ela no Youtube.

Ele explicou o que é moral: “tudo aquilo que faríamos mesmo se fôssemos invisíveis”.

Se você fizesse na invisibilidade algo que não faria se fosse visível e estivesse diante do olhar do outro, isto não seria moral. O exemplo que ele deu sobre uma banquetinha de jornais em Genebra foi muito legal.

E falou também sobre a complexidade que é viver a vida, a complexidade dos valores. O ser humano tem que escolher a sua vida o tempo inteiro, diferente do gato. O gato leva uma vida de gato e leva a sua vida regida pelo instinto e nós temos que escolher a nossa vida o tempo inteiro, ou seja temos que o tempo todo atribuir valor a possibilidades de vida e identificar e escolher a melhor.

A vida, diferente de uma prova escolar, não tem um gabarito, a vida tem infinitos gabaritos e até contraditórios entre si. Portanto a cada ação, atitude que temos que fazer temos que fazer uma escolha diante de uma complexidade de valores, o que torna o ato de viver a vida muito difícil.

As escolhas que temos que fazer na vida são verdadeiros dilemas existenciais, pois não existe uma tabela, um gabarito sobre o que é a vida certa, garantindo felicidade para todo mundo.

Viver é sempre mais complexo do que as “10 lições para ser feliz !”. O ser humano é condenado a ser livre e a escolher a vida que mais lhe convém. Somos diferentes do gato, porque o gato já tem a sua vida ganha, o gata não tem dilemas, o gato não tem a angústia de ter que decidir a vida a cada minuto.