Dirigir uma empresa é metaforicamente como dirigir um carro e como tal é impossível fazê-lo sem ter um painel de indicadores críticos.
Numa empresa, dois dos indicadores críticos de sucesso são o lucro e o fluxo de caixa.
Eu comparo estes dois indicadores importantes aos indicadores do nível de óleo e de combustível de um carro que você dirige.
Para chegar com sucesso ao seu objetivo traçado, você não precisa ficar monitorando a cada quilômetro o nível do óleo do carro, mas precisa sim ficar o tempo todo de olho no nível do combustível, sob pena de não poder chegar ao seu destino por falta de combustível.
Numa empresa, o lucro é como o óleo e o fluxo de caixa é como o combustível – você precisa ter um controle diário do fluxo de caixa e periódico do lucro.
Foi pensando em ajudar as pessoas e as empresas que todos os dias enfrentam enormes desafios para gerenciar seus negócios que preparei este artigo em forma de um mini roteiro para fazer a melhor gestão de caixa possível.
Roteiro para fazer a melhor gestão de fluxo de caixa na crise:
Quer ter caixa? Então siga estas recomendações:
- Crie um plano ou um orçamento para administrar o fluxo de caixa da sua empresa – assim como você cria um plano para definir as margens de lucro esperadas, crie um plano para o fluxo de caixa – se seu caixa estiver bem, seu lucro muito provavelmente o seguirá.
- Transforme o fluxo de caixa no indicador de sucesso mais importante da sua empresa, mais até do que o lucro e crie um controle diário, automático e específico para ele e nomeie um responsável para vigiá-lo e reportá-lo diariamente para a administração. Por mais incrível que pareça, muitas empresas passam por aperto de caixa porque seus gestores não dão foco prioritário para este tema tão importante e muitas empresas quebram mais por falta de caixa do que por falta de lucro.
- Como responsável pela empresa procure saber diariamente quanto ela tem de dinheiro em caixa e quanto de dinheiro está previsto para entrar e para sair nos próximos dias em função dos recebimentos e pagamentos programados.
- Acenda um alerta quando suas projeções demonstrarem que suas saídas de caixa possam eventualmente exceder as entradas ou possam se desviar do orçado e do planejado e tome medidas urgentes para entender e evitar isto.
- Antecipe ao máximo o recebimento de suas vendas, reduza o prazo médio de recebimento dos seus clientes.
- Postergue ao máximo o pagamento de suas contas, alongue ao máximo o prazo médio de pagamento dos seus fornecedores, sem comprometer o crédito da sua empresa.
- Controle detalhadamente o desembolso de dinheiro da sua empresa, controle com rigidez os custos e as despesas incorridas por ela.
- Faça um plano rigoroso de redução de despesas e custos e procure não aprovar as despesas sem antes saber se elas contribuirão para a geração de receitas.
- Nunca permita que uma despesa seja aprovada sem que uma alternativa, mais barata e tão eficaz quanto, tenha sido analisada com critério.
- Invista num plano agressivo para aumento das receitas, com aumento da oferta dos produtos e serviços – quem oferece mais, vende mais, em qualquer época.
- Separe as contas da empresa das suas contas pessoais para evitar a síndrome da “empresa pobre de dono rico”.
- Administre com força o risco de crédito da sua empresa – administre o risco de crédito e inadimplência dos seus clientes – em tempos de crise muito clientes acabam sucumbindo e levando algumas empresas junto para o buraco.
- Administre o risco de crédito e de inadimplência da sua própria empresa – em tempos de crise, muitas empresas enfrentam dificuldades e não por índole, mas por causa das contingências acabam ficando inadimplentes.
- Tente se livrar de ativos desnecessários em tempos de crise (caso isto te ajude a conseguir mais liquidez).
E por fim, uma das dicas mais importantes para melhorar o fluxo de caixa de sua empresa:
- Gerencie melhor seus estoques, aumentando o giro dos mesmos e reduzindo seus valores e quantidades.
O excesso de estoques tem um impacto devastador nas empresas em tempos de crise, quando o dinheiro e os espaços ficam limitados e restritos.
Muitas empresas que não cuidam devidamente da gestão dos seus estoques acabam enfrentando a estranha situação de ver faltar em suas prateleiras produtos que vendem muito e sobrar produtos que quase não vendem.
Para evitar esta situação, diminua a desconexão entre as compras dos insumos e o seu real consumo, causadas por expectativas muito positivas de vendas que não se concretizam.
Lembre-se da única lógica, da única razão pela qual uma empresa faz estoque que é: suportar as vendas (apenas para isto, nada mais).
Use a técnica do comprar 1 apenas quando vender 1.
Copie as melhores ideias de gestão de estoques que existem no mundo, estude, por exemplo, como gerenciam seus estoques as livrarias que possuem o desafio de gerenciar o melhor e o menor nível de estoque possível para aquela variedade enorme de produtos (obras tão variadas) sem lotar seus estoques.
Que este artigo possa contribuir com a sua dura missão de manter viva a empresa pela qual você luta tanto, enquanto supera as turbulências provocadas pela crise.
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