Minha dica de Cultura, de Cinema de hoje vai para o filme :
“A SENHORA DA VAN”
Inspirado numa peça de teatro de muito sucesso na Inglaterra e baseado num livro muito famoso, esse filme pode tornar sua próxima hora e meia mais agradável e relaxante.
Não espere por cenas com perseguições alucinantes, histórias de suspense e mistério inacreditáveis.
Ao invés disso, prepare seu cérebro para ver um filme calmo, com diálogos lentos mas que podem te fazer refletir muito sobre o valor de cada minuto da vida.
A sensação que eu tive, vendo essa película, foi de estar assistindo a uma boa peça de teatro pela tela da Netflix.
O filme conta a história de uma senhora bem velhinha, com um estilo de vida bem peculiar, que vive atormentada pelas consequências de suas escolhas e seus atos ao longo da vida.
Um acontecimento em especial, a torna uma espécie de fugitiva de si mesma e por isso ela adota um estilo frugal e faz com ele decida curtir longos anos de solidão passando a vida dentro de uma velha van igualmente envelhecida e enferrujada e com uma escassez de recursos inacreditável.
Pelas atitudes da velhinha, conseguimos penetrar em sua mente e ver como o medo, medo de morrer ou de matar alguém (ainda que involuntariamente), o medo de não saber viver e o medo de escolher pessoas erradas para partilhar seus momentos de vida, a jogam para dentro de uma velha van que não funciona e que ele estaciona na frente da casa de pessoas que elege pelo comportamento de suas passadas na rua.
Velha, nômade e sem parentes aparentes, a única que pessoa que toca a sua vida, o seu coração e com a qual compartilha seus momentos de necessidade e alguns dedos de prosa é um escritor de meia idade, morador da casa na frente da qual ela escolheu estacionar a sua van e a sua vida por longos e bons anos.
O filme dosa drama, história de vida com humor britânico numa medida interessante. Chama a atenção a obsessão da velhinha pela cor amarela.
O escritor inicia esse relacionamento humano desconfiado, à distância, mas a medida que percebe que a tal velhinha poderia se transformar na personagem perfeita para o seu próximo livro e próxima peça de teatro, ele permite que ela se aproxime ficando estrategicamente à distância dele.
Meia idade, solteirão convicto, de poucos amigos que às vezes o visitam á noite, sob o olhar desconfiado da velhinha e vizinha de garagem, o escritor se divide literalmente em duas pessoas no filme – uma é a pessoa que vive a vida e a outra é a pessoa que escreve sobre a vida que ele mesmo vive, em tom de crítica, reflexão e até com um quê de deboche.
Apresenta a velhinha para a sua mãe super protetora que vai visitá-lo de quando em vez e a primeira coisa que escuta da mãe relativamente jovem é que a velhinha não demoraria para ir parar num asilo. Quis o destino, que a mãe dele se tornasse moradora do tal asilo bem antes da velhinha.
E é nesse tom de amizade entre um escritor bem de vida e uma velhinha muito pobre que se permitem vigiar à distância que eles veem a vida passar por longos anos, quase não percebendo que foram consumindo lentamente suas vidas, como se fossem velas cujas chamas vão diminuindo ao longo do tempo.
Uma boa diversão para quem deseja refletir sobre o valor da vida, sobre como cada minuto importa e não pode ser desperdiçado e sobre a importância da amizade e dos vínculos saudáveis.
Para a sua pré-avaliação, indico abaixo a nota obtida por esse filme em avaliações de cinéfilos do mundo inteiro nos maiores sites sobre cinema:
Nota 6,70 | Na opinião de quase 26.000 pessoas no site IMDB |
Nota 7,21 | Na opinião da crítica no site Rotten Tomatoes |
Nota 7,06 | Na opinião do público no site Rotten Tomatoes |
Nota 7,50 | Em minha opinião pessoal |
Nota 7,11 | Na média geral das notas acima |
Veja o trailer, veja o filme se puder:
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