NUNCA TRIPUDIE EM CIMA DE ALGUÉM QUE ESTÁ POR BAIXO.

Mauro Condé*

“Quem não deve, não tem!” … Joelmir Beting.

Acabo de voltar de uma viagem rumo ao conhecimento, usando como meio de transporte excelentes peças de teatro inglesas.

Elas me levaram para Veneza, na Itália, durante o ano de 1598, onde fui recebido por Shakespeare, a que fui logo pedindo:

Ensina-me algo que eu ainda não saiba e tenha o poder de mudar a minha vida para melhor.

-O dinheiro é a coisa mais aterrorizante na vida das pessoas … no passado, rico era quem acumulava mais patrimônio … hoje, rico é aquele que gera e tem mais caixa … procure viver uma vida líquida e rica, com muito caixa e sem patrimônio.

Entre as muitas peças de Shakespeare, a que mais adorei ver e recomendo é “O Mercador de Veneza”.

É sobre a história de Antônio, mercador veneziano, possuidor de um dos maiores patrimônios da época.

Um dia, ele aceita ser avalista de Bassânio, seu amigo de longa data, num empréstimo de alto valor que envolve, como credor, o judeu Shylock e para isto oferece como garantia sua rica frota de navios, que no momento está navegando por águas estrangeiras.

 Shylock só aceita emprestar o dinheiro, depois que Antônio concorda em registrar uma garantia em cartório – a de que, na falta do dinheiro na data marcada, Antônio pague com a extração de uma libra de sua própria carne em humilhante cerimônia em praça pública.

Crente que a dívida será paga, Bassânio colhe a assinatura de Antônio e saca o dinheiro do empréstimo, de posse do qual parte para a cidade de Balmonte, a fim de pedir a mão da rica e jovem Pórcia, com a qual sempre sonhou se casar.

Depois da cerimônia do casamento, chega ao ouvido de todos os convidados, a trágica notícia do naufrágio de todos os barcos da frota de Antônio, depois de um acidente provocado por devastadora tempestade marítima.

Insensível, Shylock não aceita negociação e exige o julgamento do, agora falido, Antônio em praça pública, e o cumprimento de sua penalidade pela falta de recursos para pagar a dívida principal mais os juros.

Trava-se então uma tensa batalha judicial com reviravoltas surpreendentes até que o caso ser resolvido, de uma forma que você não imagina.

Uma história do século XVI, que se repete até hoje, quando vemos cidadãos e empresas “naufragarem” em dívidas que se tornam impagáveis, acrescidas pelo fermento de taxas de juros estratosféricas.

*Palestrante, Consultor e Fundador do Blog do Maluco.

abaixo o trailer de um filme excelente sobre esta incrível história: