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Por que Viver Vale a Pena? 07 dicas de cinema – os melhores filmes de Woody Allen – para você pensar em assistir durante o feriado – Combinação perfeita entre cinematografia + literatura + filosofia + psicologia – Cenas emocionantes e engraçadas que mostram a vida como ela é ou deveria ser.

POR QUE VALE A PENA VIVER?

O título deste post foi inspirado num excelente filme de Woody Allen.

Aproveitando que hoje é feriado, resolvi colaborar para que você se torne uma pessoa ainda melhor, te sugerindo algumas dicas de cultura – dica de filmes que te ajudem a fugir do stress, da falta de tempo, do tédio e da rotina do dia a dia.

E eu começo essa dica te fazendo uma provocação ao melhor estilo Woody Allen :

Você poderia listar as cinco melhores coisas do mundo que, em sua opinião, fazem a vida valer a pena?

Antes de continuar lendo, pare pense, crie a sua lista e só depois siga em frente.

Segundo o mestre da sétima arte, Fellini, o cinema é um modo divino de contar a vida.

Eu acho que no fundo, a vida de cada ser humano daria um bom roteiro de cinema.

Afinal viver é a coisa mais deliciosa e difícil que temos que fazer não é mesmo?

A vida é um verdadeiro jogo de quebra-cabeça, um jogo de xadrez onde a cada segundo precisamos tomar decisões, fazer escolhas, enfrentar obstáculos sem ter nenhum manual de instruções que nos oriente sobre a melhor forma de vencer e seguir em frente.

Escritores foram os primeiros grandes psicólogos da história.

A literatura instrumenta a psicologia. E o cinema segue a mesma trilha da literatura.

Dostoievski e Tolstoi foram mestres na arte de mergulhar no fundo do comportamento e da alma humana e Woody Allen é um gênio que se inspira nesses mestres para reproduzir nas telas os dramas que vivemos no cotidiano.

Para que você possa desfrutar de um feriado de forma relaxante e agradável, eu resolvi publicar uma lista dos sete melhores filmes do Woody Allen, em minha opinião, para que você reflita sobre a sua vida, de uma forma descontraída, engraçada e ao mesmo tempo profunda :

Woody Allen explora como ninguém o principal material da terapia que é a dor existencial.

Em sua arte ele cobre as quatro raízes de todos os problemas psicológicos da face da terra :

  • O medo da morte,

  • A dificuldade de lidar com a liberdade de fazer escolhas e conviver com suas consequências,

  • O medo da solidão, que geralmente leva ao isolamento e

  • A falta de um sentido ou significado para a vida.

Os filmes de Woody Allen refletem a alegria e o absurdo que é viver. Entre eles eu destaco :

1-A Rosa Púrpura do Cairo – de 1985 – nota 7,7 para mais de 41.000 pessoas no melhor site do mundo sobre cinema – o IMDB.

Esse filme é uma grande homenagem à arte do cinema.

Ele conta a história de Cecília – uma mulher que vive refém de seus dramas pessoais na época da Grande Depressão americana e que busca refúgio dentro de uma sala de cinema para onde tenta fugir da vida assistindo todos os dias o mesmo filme com um ator que é o seu ideal de homem perfeito.

De repente, os papéis se invertem e ao invés de Cecília se transportar imaginariamente para a tela do cinema a fim de confrontar a dura realidade da sua vida, é Tom Baxter, o ator que pula para fora da tela para experimentar como é viver no mundo real.

E nesse clima a gente passeia por cenários e situações que nos fazem pensar sobre a nossa própria vida. Imperdível!


2-A Era do Rádio – de 1987 – nota 7,6 na opinião de mais de 27.000 pessoas no IMDB.

Esse filme é uma boa pedida. O diretor e ator retrata de forma autobiográfica a sua própria infância, onde além dele o principal personagem é o rádio que toca músicas, informa sobre os acontecimentos da segunda guerra mundial e alimenta os sonhos e as fantasias das pessoas.

Nada melhor do que lembrar da sua própria infância dando boas gargalhadas na frente de uma tela enquanto observa o próprio Woody Allen descobrir o desafio que é a arte de viver.


3-Manhattan – de 1979 – Nota 8,0 na opinião de mais de 119.000 pessoas no IMDB.

Neste filme Woody Allen vai te provocar de forma direta mostrando de forma elegante e sofisticada alguns motivos pelos quais ele considera valer a pena viver a vida.

Num cenário repleto de belas paisagens em preto e branco, personagens para lá de cultos, mas demasiadamente humanos, inseguros e neuróticos, você vai se deparar com uma cena interessante :

O personagem Isaac deitado no sofá questionando a si próprio “Por que vale a pena viver?” – a partir daí a história se desenrola numa gostosa reflexão sobre a nossa assustadora liberdade que temos para fazer as nossas próprias escolhas na vida e a dificuldade que temos para lidar com elas depois de passado o tempo.

Com uma fotografia de encher os olhos e uma trilha sonora de massagear os ouvidos, ao som de George Gershwin o personagem acaba citando para si mesmo as razões de porque vale tanto a pena viver a vida, todas elas recheadas de intenso traço cultural : Groucho Marx, O segundo movimento da sinfonia de Júpiter de Mozart, as belas músicas de Louis Armstrong, os pensamentos e as ideias de Flaubert, os filmes suecos de Bergman, as atuações de Marlon Brando e Frank Sinatra e os quadros que retratam maças e peras divinamente pintadas por Cézanne.

Ao final de Manhattan, você acaba incluindo o próprio filme na lista das coisas pelas quais a vida vale muito a pena.


4-Crimes e Pecados – de 1989 – nota 8,0 na opinião de mais de 48.000 pessoas no IMDB.


Dono de um humor e uma graça refinada, Allen navega pelo conteúdo dramático nesse filme onde a mensagem é : Nada escapa aos olhos de Deus.

Inspirado em Dostoievski, o longa promove discussões sobre adultério, crime, religião, moral e filosofia.

No final a gente conclui que crime e castigo são inseparáveis.


 


5-Noivo Neurótico, Noiva Nervosa – nota 8,1 na opinião de mais de 230.000 pessoas no IMDB.

Vencedor de vários Oscars, este filme em tom de comédia romântica mostra os desafios do relacionamento entre um comediante judeu e uma cantora (Annie Hall) onde se chega a conclusão que o fim de uma relação é tão complexo quanto o seu início. Ele usa o relacionamento como metáfora para representar o desejo humano, aquilo que queremos e não podemos ter.

O protagonista várias vezes olha para a câmera e conversa com você, chegando a reconhecer : “-Eu sei que você também já se sentiu assim”. Genial !



6-Hannah e suas irmãs – de 1986 – nota 7,9 na opinião de mais de 60.000 pessoas no IMDB.

Inspirado num clássico livro de Tolstoi, Woody Allen usa as reuniões familiares para celebração do dia de ação de graças como palco para contar histórias que falam de amor, ódio, dúvidas e relacionamentos tendo como painel de fundo o poder e a força que as mulheres têm para dominar os homens.

Em Hannah e suas irmãs, Allen cutuca numa grande ferida do ser humano – a necessidade de passar por uma grande tragédia, uma internação em uma UTI, receber uma notícia muito ruim para se reinventar como pessoa.

Nesse filme, a simples possibilidade de encontrar um tumor no cérebro leva o personagem Mickey a encontrar a felicidade onde não enxergava antes. Eu adoro o momento onde ele para e diz :”Hoje de manhã eu era feliz e não sabia” kkk.

Assim que descarta a possibilidade de morte imediata, ele resolve começar a viver de verdade. Toma decisões fortes como pedir demissão do emprego e enfrentar uma crise que o leva a procurar algum tipo de fé religiosa.

O que o ser humano é capaz de fazer de bom e positivo quando se deixa libertar dos seus medos imaginários e de tudo o que contribui para que ele fique preso numa moldura invisível é a grande lição desse filme.


7-Meia Noite Em Paris – de 2011 – nota 7,7 na opinião de mais de 345.000 pessoas.

Esse filme é uma verdadeira obra prima cinematográfica, daqueles filmes em que você descobre que ficou fora de órbita por cerca de duas horas só depois que ele acaba.

O filme conta num clima de fantasia e nostalgia o amor que o personagem, o candidato a escritor Gil nutre pela Paris dos anos 20. De tanto zanzar pelas ruas de Paris à meia noite, ele acaba sendo transportado para a época que tanto gosta, onde encontra com os grandes intelectuais e personalidades importantes da época em festas muito animadas.

Quase sem acreditar, ele convive de perto com Hemingway, Cole Porter, Gertrude Stein, Pablo Picasso, Scott Fitzgerald e tantos outros.

Ele entra e sai desse mundo imaginário todos os dias, contrariando sua esposa Inez que não é muito fã de Paris e nem do estilo retrô do marido.

Insatisfeito com seu relacionamento, ele se envolve com a musa dos intelectuais dos anos 20, Adriana e com uma bela jovem dos dias atuais – vendedora de discos, simples e inteligente.

O filme traz tudo o que Paris tem de bom, sua gastronomia, sua fotografia, seus personagens e uma música que vai tocar dentro da sua mente por muito tempo.

Esse filme é Cultura da boa, do primeiro minuto aos créditos finais.


  • A vida vale muito mesmo a pena – aproveite-a ao máximo, saboreie seus melhores momentos enquanto derrota todos os seus obstáculos.

  • Viva, Viva Muito, Viva Bem!
  • Viver Vale A Pena!


Como trilha sonora deste post, escolhi a música “Potato Head Blues de Louis Armstrong” citada como um dos motivos pelos quais vale a pena viver no filme Manhattan – música que por sinal eu também adoro :

About Mauro Condé [ MaLuCo:) ] 3589 Articles
Nascido em Belo Horizonte, Mauro Lúcio Condé carrega uma bagagem profissional de muito prestígio. De simples operário, Condé chegou à diretoria da General Eletric e também passou por grandes empresas como EDS e GEVISA, mas consagrou de vez sua carreira no Citibank, do qual foi Diretor Executivo de Qualidade e depois como executivo do Banco Itaú e Telefônica. As mais de quatro décadas de experiências levaram Mauro Condé a abrir sua própria empresa de consultoria e ministrar palestras no Brasil e no mundo.
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