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Minha Dica Cultural, Dica De Cinema de Hoje Vai Para O Filme :

GEMMA BOVERY, A VIDA IMITA A ARTE.

Ele conta a história de Martin, um padeiro francês, homem simples, muito culto, inteligente e amante de literatura clássica.

Um dos seus escritores preferidos é Gustave Flaubert, um renomado escritor francês, autor do famoso e polêmico romance escrito em 1857, o Clássico “Madame Bovary”.

Martin comenta ter voltado para a Normandia (região ao norte da França) há 7 anos atrás.

Ele diz ter voltado para dar continuidade aos negócios do pai, numa pequena padaria do local.

Tudo o que deseja é encontrar equilíbrio e tranquilidade na vida, já depois de velho.

Resolve mudar para um local lindo e tranquilio onde possa desfrutar do prazer diário da leitura, enquanto cuida dos negócios, da casa e da família.

Um belo dia, enquanto cuida das flores em seu jardim, vê um jeep de cor laranja estacionar no portão da casa da frente.

Vai imediatamente se apresentar aos novos moradores e tenta ser ainda mais gentil quando descobre que se trata de um casal inglês recém chegado ao seu país.

Conseguindo se comunicar através de um inglês meio arranhado, ele se apresenta como o vizinho da frente, deseja boas vindas ao casal e se oferece para ajudá-los no que for necessário.

Descobre que seus novos vizinhos são da família Bovery, Miss Gemma, a esposa e seu marido Charlie.

Passam-se os dias e Gemma é vista, bem vestida, entrando na padaria de Martin ao lado do marido.

Ela inspira o lugar, respira fundo e grita para o marido : -“Isto é a França, Charlie!”

O padeiro fica imóvel olhando e admirando a beleza da sua nova vizinha e nem pisca quando ela abraça e beija a massa do pão que ele tinha acabado de vender para ela.

Neste momento, o padeiro olha para a câmera e afirma : Começa aqui o fim do tão sonhado equilíbrio e da tranquilidade que tanto desejei.

Tudo que Gemma faz inspira o padeiro, desde o simples gesto de saborear o pão até a forma de fechar os olhos e mostrar toda a sua sensualidade e sensibilidade humana.

Cenas depois, Gemma é vista atrás da janela de sua casa, enquanto cai uma chuva fina.

Ele tem o semblante triste e angustiado e parece infeliz, apesar do marido, apesar do local onde mora,…

Em casa, durante o almoço, Martin comenta com a esposa e o filho sobre o casal de ingleses que acabou de se mudar para a casa da frente.

Ele fala com ares de espanto sobre os nomes do marido e da esposa – casal Bovery, Charles e Gemma.

Faz um verdadeiro discurso para a família sobre as enormes concidências – nomes parecidos aos personagens que ficaram famosos atráves do livro escrito ali mesmo, na Normandia, local onde Flaubert viveu e deu vida a uma das maiores obras primas da literatura de todos os tempos.

Gemma é flagrada em várias imagens parecendo solitária, triste e sem esperança.

O filho e a esposa de Martin ironizam sobre a intensidade como ele analisa o casal, como se fossem uma espécie de reecarnação de personagens fictícios de uma obra literária.

Martin aparece no campo, caminhando ao lado de Gemma, com o livro de Flaubert (Madame Bovary) debaixo do braço e afirmando que as pessoas pensam que a vida no campo é maravilhosa, mas muitos que vivem no campo tomam antidepressivos, apesar do lindo cenário ao redor.

Gemma se identifica com a afirmação, se espanta e se interessa pela afirmação na qual ele diz que as pessoas ou tomam antidepressivos ou tomam Calva.

Um dia, ele oferece para Gemma, que usa um lindo chapéu bege bordado, um copo de uma bebida que ela acha muito forte, quando ele olha para ela e afirma ; é Calva ( uma bebida alcoólica destilada, originária da Baixa-Normandia, França, feita à base de maçã) – a tal bebida que ajuda a esquecer os problemas na opinião de Martin.

SÍNTESE COM O MOTIVO PELO QUAL EU ACHO QUE VOCÊ PODE GOSTAR DESTE FILME:

Ele é baseado numa adaptação de um livro de Posy Simmonds, autora inglesa, a “Gemma Bovary” que conta a história de uma bela jovem inglesa, casada, que acaba de ter uma decepção amorosa, desconhecida pelo marido com quem ela acaba de se casar.

Tal livro é inspirado em outro – o famoso clássico mundial “Madame Bovary” e que é o livro de cabeceira do padeiro francês muito culto e inteligente.

Na obra clássica, Madame Bovary, uma jovem recém casada, com nome parecido ao da vizinha, entra em depressão, fica entediada e se sente infeliz no casamento e por isto acaba procurando amores para se distrair do seu vazio existencial, porém sofre terríveis consequências por suas atitudes impensadas.

Martin então passa a acompanhar os passos de sua vizinha e começa a sofrer feito louco quando percebe que as coincidências não param apenas nos nomes dos personagens e tenta proteger sua vizinha dos perigos que ele imagina que ela pode correr, através da clássica imagem de que o futuro pode estar escrito no passado.

Um filme lindo, mais leve do que a pesada obra clássica que o inspirou, cheio de cenas sensuais que servem para contextualizar uma história de supense e de crítica social muito bem conduzida.

Destaque para o excelente ator Fabrice Luchini, que interpreta um padeiro genial que busca a todo custo proteger sua linda vizinha dos perigos da repetição de uma história imaginada.

Um belo filme onde as belas paisagens da Normandia no verão do norte francês e os encontros campestres de Gemma, sua cadelinha Carrington e o padeiro Martin e seu cão Gus, dão um toque de leveza ao enredo.

Apesar de ajudar, você não precisa ter lido Flaubert para entender a história, pois o filme se faz auto explicativo.

É um filme de muito bom gosto, cenário e paisagens paradisíacas do norte da França, trilha sonora agradável e uma boa pedida para algumas horas de relaxamento – recomendo.

Um filme nota 7 em minha opinião

Veja o trailer e se puder veja o filme, disponível no site da Amazon:

Ouça a bela trilha sonora do filme, um trilha tão instrumental quanto uma bela visita a uma cidade de paisagem inspiradora e saudável.

About Mauro Condé [ MaLuCo:) ] 3589 Articles
Nascido em Belo Horizonte, Mauro Lúcio Condé carrega uma bagagem profissional de muito prestígio. De simples operário, Condé chegou à diretoria da General Eletric e também passou por grandes empresas como EDS e GEVISA, mas consagrou de vez sua carreira no Citibank, do qual foi Diretor Executivo de Qualidade e depois como executivo do Banco Itaú e Telefônica. As mais de quatro décadas de experiências levaram Mauro Condé a abrir sua própria empresa de consultoria e ministrar palestras no Brasil e no mundo.
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