“A idade da pedra não acabou por falta de pedras. Portanto, procure se atualizar sempre, ler cada vez mais para não se tornar um grande dinossauro obsoleto na era do pensamento e da tecnologia.” A minha frase inspiradora do dia
Minha missão na vida e meu propósito com o blog do maluco é contribuir para o mundo melhorar, tentando ajudar as pessoas a serem pessoas ainda melhores do que já são.
Para atingir esse objetivo, eu procuro compartilhar informações inteligentes úteis, relevantes e de muito sentido que tenham o poder de mudar a vida e o comportamento dos nossos leitores para melhor.
Eu quero muito mesmo te servir de maneira que você possa aumentar o seu valor pessoal e profissional.
Nossos inimigos em comum são o tédio, a monotonia, a rotina, o stress, os problemas e a falta de tempo nossa de cada dia.
Espero que você goste e volte outra vezes !
Minha dica de Cultura – Dica de Leitura de hoje vai para um senhor livro escrito por um senhor escritor :
Leia o Clássico : “O JOGO DA AMARELINHA” – Júlio Cortázar
Chamou muito a minha atenção quando eu li essa obra prima um truque usado pelo autor que criou uma série de capítulos que se chamam de prescindíveis, capítulos considerados chaves para o entendimento da história, que podem ser intercalados por outros capítulos “não prescindíveis” que enfeitam e comentam a história principal.
Considerado de difícil leitura por alguns leitores com os quais debati sobre a obra de Cortázar, se ele não chega a ser uma unanimidade, ele pelo menos se faz merecedor do benefício da dúvida. Até para elogiá-lo ou criticá-lo será necessário entrar em contato com sua obra antes do julgamento.
Eu o julgo inocente e muito bom em termos literários, dono de um estilo elegante de escrita que cativa quem gosta da boa leitura.
Adorei a forma como o autor inicia o livro indicando uma série de caminhos para que o mesmo possa ser lido, seguindo uma certa ordem de leitura, de acordo com o capítulo que o leitor desejar ler primeiro.
Inclusive eu reli o livro mais de uma vez, seguindo a indicação de caminhos diferentes sugeridos por Cortázar.
Creio que você também, tendo a oportunidade de ler essa obra, vai se sentir muito tentado a relê-la em outra ordem para buscar outra interpretação ou melhor outra explicação para o que acabou de ler.
A releitura vai te colocar com um ponto de vista ou um detalhe não percebido durante a primeira mão de leitura.
Muito interessante e genial essa técnica.
Por isso, O Jogo Da Amarelinha, é considerado um livro com múltiplas possibilidades de interpretações, numa espécie de jogo formado por caminhos diferentes de leitura.
As histórias beiram um certo caos ou acaso, por seus estilos de serem narradas até fora de ordem.
Esse autor me cativou muito quando li O Jogo Da Amarelinha, sua primeira obra que me permitiu contato com seu belo trabalho.
Dotado de uma intelectualidade impar, Cortázar, cidadão do mundo, meio argentino (de nascimento) e meio francês (de moradia) acabou adquirindo, talvez por causa desse seu lado cosmopolita, grande carga de elegância e cultura tanto artística quanto filosófica.
Do mesmo jeito ele criou um livro dividido em dois lados (o lado de cá, a Argentina, a América Latina e o lado de lá, a Europa).
Esse livro é repleto de reflexões existenciais, na linha dos pensadores do existencialismo, à qual, às vezes modestamente me incluo.
Como as histórias são jogadas no livro de maneira aleatória, ao melhor estilo pintor atacando seu quadro com pinceladas jogadas ao acaso.
Com isso, esse livro pode ter múltiplas interpretações para diferentes pessoas, dependendo do caminho que a pessoa resolver seguir sua trajetória.
Quando você cai dentro de cada capítulo, tem a sensação de estar entrando num ônibus em movimento, já no meio da viagem e aí você vai aos poucos se situando dentro de algo que já está ocorrendo faz algum tempo.
Você é levado a mudar de um personagem para o outro, o tempo todo, compartilhando com eles todas suas mágoas, medos, angústias e preocupações inspiradas por suas divagações puramente existenciais que o livro vai sugerindo.
Particularmente, me agradou muito na leitura desse livro, as várias citações de celebridades do mundo da escrita, da pintura, da fotografia e da história. Acho que de propósito, para que nos sintamos bem com o passeio pela leitura.
Fã de música e principalmente de jazz (gênero do qual sou grande fã) e conhecedor profundo de filosofia e arte, Cortázar nos instiga inserindo temas sobre religião no meio de vasta reflexão cultural.
A ordem aleatória dos textos e das histórias, fez o livro merecer o nome de O Jogo Da Amarelinha,
O livro é um convite a uma interação com os personagens e seus mais profundos sentimentos e pensamentos, misturando a mais pura realidade com as mais absurdas e inesperadas situações.
Sem ter o propósito de criar uma ordem para evitar uma mensagem única, Cortázar acabou colocando nos ombros dos personagens a responsabilidade por sugerirem reflexões de acordo com a interpretação de cada leitor.
Detalhe que vai te ajudar a entender a maneira da construção do livro : a maioria dos personagens possuem características firmes de seres perseguidores, por razões que você entenderá ao entrar no primeiro capítulo que escolher para iniciar sua leitura.
Leia o livro e sinta como se os personagens estivessem ali participando de um teatro ao vivo e online ou de um jogo que acontece no momento em que você se delicia com a leitura dessa obra.
Cortázar foi uma boa descoberta literária para mim, descoberta essa que o colocou no topo do ranking dos escritores argentinos que admiro ao lado de Borges.
Eu te recomendo muito a leitura dessa obra prima, de preferência em sua versão original em espanhol, devido a oralidade dos personagens, muitos tipicamente portenhos.
Para encerrar esse post de forma ainda mais inspiradora, deixo você na companhia de um belo vídeo, onde o próprio Cortázar lê um trecho de El Perseguidor ao som do mais puro e fino jazz, música que combina muito bem com a leitura desse ótimo livro:
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