O AÇOUGUEIRO E O ZECA PAGODINHO
Mauro Condé
“O que se leva dessa vida é o que se bebe, o que se come e o que se brinca”
Acabo de voltar de uma viagem rumo ao conhecimento, usando como meio de transporte excelentes livros sobre música popular.
Eles me levaram para o Rio de Janeiro, onde fui recebido pelo genial Zeca Pagodinho, a quem fui logo pedindo:
Ensina-me algo que eu ainda não saiba e tenha o poder de mudar a minha vida para melhor.
Pare de ter medo de morrer.
Ao invés disso, cultive uma enorme vontade de viver, enquanto a vida durar.
Não tenha medo de fazer escolhas e tomar decisões difíceis na vida.
Não leve a vida tanto à sério, mas seja honesto e íntegro para desfrutar de uma vida que valha a pena.
Faça do bom humor e do sorriso sua maior barreira para os problemas da vida.
Se algum dia você perder tudo, use as lições aprendidas como ingrediente para dar a volta por cima.
Deixe a vida te levar. Na maioria das vezes, é a vida que te leva, mas não esqueça de fazer a sua parte.
Combata a solidão com carinho, gentileza e solidariedade.
Cultive laços profundos de amizade e valorize muito a sua família – são eles que vão segurar a sua barra, quando ela ficar mais pesada.
A vida é curta – viva mais do jeito que você quer e menos do jeito que os outros querem que você viva.
Invista no gosto pela leitura, pois esse é o melhor investimento a longo prazo para quem nasce sem recursos.
Dê mais sentido à sua vida, contribuindo para que os outros sintam-se pessoas melhores por se relacionarem com você e seja o mais autêntico e verdadeiro possível.
Certa vez, ouvi uma história curiosa de um açougueiro que afirmou ter sido contaminado por um vírus transmitido pelo Zeca.
Até então, ele achava que a sua missão no trabalho era cortar pedaços de carne.
Depois desse contágio, passou a ter certeza que sua missão na vida é contribuir para a produção da maior matéria prima para felicidade do povo brasileiro, principalmente aos domingos, quando ele reúne a família e os amigos ao redor de uma churrasqueira para comer carne, ouvir boa música, se anestesiar levemente tomando uma cervejinha e para contar casos e rir da própria vida.
Sua missão mudou desde que foi contaminado por um vírus transmitido pelo Zeca Pagodinho via rádio. Era o Vírus da Felicidade.
Afinal, a vida não pode ser trabalhar a semana inteira e ir ao supermercado nos fins de semana.
É preciso saber apreciar o belo que a arte nos proporciona.
Palestrante, Consultor e Fundador do Blog do Maluco
Para encerrar esse post de forma ainda mais inspiradora, deixo você na companhia de 03 obras :
1-Visual – aprecie a pintura – óleo sobre tela de 1958 – obra de Di Cavalcanti:
Pintura – Favela – 1958
Di Cavalcanti
Eu adoro muito a obra de Di Cavalcanti – a competência que ele tinha para misturar cores, luz e sombra e representar imagens que combinavam geografia e história são coisas que me fascinam.
Esse quadro tem tudo a ver com a obra que Zeca Pagodinho celebra em suas músicas : o povo brasileiro, do mais simples e mais humilde até o mais afortunado.
Sou fã de Zeca Pagodinho desde suas primeiras letras – ele traz alegria, bom humor, felicidade e irreverência para o cotidiano, às vezes sofrido, do povo brasileiro.
2-Literária :
Leia a coluna relativa ao post acima, publicada nos jornais do dia 4 de junho de 2019:
3-Musical :
Ouça uma música não muito conhecida do Zeca Pagodinho : Cavaco & Sapato:
Gosto muito do tom, do som, da letra e do jeito bem leve e alegre dessa música:
Gosto da combinação dessa música com aquela coreografia que mistura samba, pagode e sapateado, muito bem produzida, conforme a dança apresentada no final do vídeo abaixo:
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