Malucando pela internet, achei no site da Revista Super Interessante, esta matéria legal e compartilhável, vou destacar os trechos que mais me chamaram a atenção e em seguida colocar o link para você ler a reportagem inteira – que vale a pena:
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Morte morrida é coisa que a Turritopsis dohrnii não conhece. A vida dessa espécie de água-viva só acaba se ela for ferida gravemente. Do contrário, a Turritopsis vai vivendo, sem prazo de validade. Suas células se mantêm em um ciclo de renovação indefinidamente, como se voltassem à infância. Podem aprender qualquer função de que o corpo precise. É uma verdadeira (e útil) mágica evolutiva. Parecida com a do Sebates aleutianus, um peixe do Pacífico conhecido como rockfish, e de duas espécies de tartaruga, a Emydoidea blandingii e a Chrysemys picta (ambas da América do Norte). Esse segundo grupo tem o que a ciência chama de “envelhecimento desprezível”. Suas células ficam sempre jovens, por motivos que a ciência ainda quer descobrir.
A imortalidade existe na natureza. Não tem nada de utopia. Pena que nós não desfrutemos dessa boquinha.Ainda…
Cientistas do mundo todo acreditam que nós também podemos ser imortais. E já têm propostas para isso, divididas em duas linhas: remédios – feitos para aprimorar nossa defesa contra a morte – e inovações tecnológicas que nos tornarão quase robôs. Sabe aquela expressão “de certo na vida, só a morte”? Parece que ela vai perder o sentido em breve.
Pelo que se sabe, o corpo funciona como um carro. Depois de muito rodados, ambos acumulam defeitos. A diferença é que, quando quebra, nosso corpo dá um jeito de se consertar. Se você sofre um corte, o sangue estanca em minutos, não é?
O problema é que essa manutenção segue bem enquanto somos jovens, mas vai perdendo a eficácia. Com o tempo, células param de se reproduzir, o corpo vai sofrendo ataques do ambiente… e a nossa máquina não dá conta de reparar tudo. Ficamos velhos, fracos, vulneráveis.
Três pesquisadores americanos ganharam o Prêmio Nobel de Medicina e US$ 466 mil, cada um, por terem começado a decifrar por que nossas células envelhecem. A chave está numa palavra: telômeros.”O processo de envelhecimento é complexo e depende de vários fatores. Os telômeros são um deles”, declarou a Fundação Nobel, ao anunciar o prêmio.
Pra quem não se lembra das aulas de biologia, aqui vai a cola: telômeros são os fragmentos da ponta dos nossos cromossomos, como tampinhas que os protegem. Quando uma célula se divide, essa tampinha tende a ficar menor – e a célula, a se deteriorar. O processo, repetido a cada divisão celular, faz com que ela envelheça. Ou melhor: que você envelheça.
Mas em células cancerosas isso não acontece: elas se dividem sem sofrer danos. Por quê? Graças a uma enzima que estimula a construção do telômero, a telomerase. Segundo os vencedores do Nobel, a telomerase trabalha mais nas células cancerosas do que em outras, e as protege. Basicamente, é essa enzima que torna o câncer tão poderoso.
A pesquisadora Maria Blasco, do Centro Nacional de Pesquisas Oncológicas da Espanha, testou a hipótese com ratinhos. No seu estudo, ratos com mais telomerase nas células viveram até 50% mais do que os outros. Mas apresentaram mais tumores – acabavam morrendo de câncer. Em 2008, a equipe de Blasco conseguiu controlar a difusão das células cancerígenas, o que abriu espaço para a possibilidade de estudos com humanos. “Se pensarmos num aumento semelhante de expectativa de vida para pessoas, isso significaria morrer entre os 115 e os 120 anos”, diz a pesquisadora.
Lembra de como o corpo é parecido com um carro? Para que seu possante fique sempre em ordem, você o abastece regularmente com combustível, troca as peças, conserta as batidas… Não que ele vá ficar com cheirinho de novo, mas continuará rodando pra sempre se fizermos manutenção. No corpo, vale a mesma regra: cada iniciativa já proposta pela ciência para prolongar a vida só garante alguns quilômetros a mais se usada sozinha. Para chegar à imortalidade de fato, precisaremos é de um serviço completo, que ofereça todo tipo de reparo de que nosso corpo necessita. Veja no detalhe da revista como fazer este conserto.
Começando pelo básico: renovar o combustível. O geneticista britânico Aubrey de Grey, da Universidade de Cambridge, propõe que façamos isso com células-tronco. Injetadas periodicamente em nosso corpo, elas poderiam assumir o papel das células mortas e daquelas danificadas pelo processo natural de divisão celular
Mas teríamos também de consertar os arranhões que levamos durante a vida. Como os causados pela comida. Não só fritura e carne vermelha, mas comida em geral. É que passar fome – acredite – faz todos nós viver mais.
Está provado desde os anos 30, quando a Universidade Cornell demonstrou que ratos submetidos a uma dieta 30% menor chegam a viver 40% mais. É um processo conhecido como restrição calórica, explicado por uma questão evolutiva.
Sempre que o homem passou por momentos de escassez de alimentos na história, os mais adaptados às condições difíceis sobreviveram.
A principal teoria é de que, quando passamos fome, nossas células entram num estado de alerta para otimizar os recursos que têm, como proteínas. “É como se o corpo tentasse se proteger do risco”, diz Randy Strong, farmacólogo da Universidade do Texas. Mas, não, ninguém vai ter de viver a pão e água por 300 anos. O que a ciência quer fazer é simular essa esperteza que o corpo adquire quando a fome aperta.
Dentro de 5 anos, já vai dar pra comprar “fome em pílulas” nas farmácias É o que promete o laboratório Sirtris Pharmaceutical, se tudo correr bem com os testes de um novo remédio que a empresa vem desenvolvendo, baseado no resveratrol. O resveratrol é uma substância encontrada em alguns tipos de uvas (como a pinot noir) que imita a situação de restrição calórica no nosso corpo, de acordo com estudos do médico australiano David Sinclair, pesquisador da Harvard Medical School e cofundador da Sirtris. Na uva, a substância existe em concentrações muito baixas. O trabalho dos pesquisadores é colocar a maior quantidade possível em pequenas pílulas, que serão vendidas com uma grife da indústria farmacêutica: o nome da britânica GlaxoSmithKline, que pagou US$ 720 milhões em 2008 para comprar o Sirtris e virar dona da pesquisa.
Mas comida é só um dos fatores que geram danos ao nosso corpo: até respirar faz mal. É que o oxigênio é um dos mais potentes radicais livres, como são chamadas as moléculas que circulam pelo nosso corpo com elétrons instáveis, prontos para roubar elétrons de outras moléculas. Quando os radicais livres conseguem fazer o roubo, as células atacadas ficam danificadas. Envelhecem. É como se tivessem sido tomadas por ferrugem. Até temos um antídoto contra isso: nós produzimos antioxidantes que nos defendem. O problema é que, com o tempo, essa produção cai e ficamos vulneráveis. Até porque sofremos um bombardeio de radicais livres, como o que vem dos alimentos e do ar.
Se conseguirmos fortalecer as ligações químicas e evitar a ação dos radicais livres, dá para evitar que as células envelheçam. É a tese do cientista russo Mikhail Shchepinov, fundador da Retrotope, companhia que pesquisa o assunto. O que ele sugere é que nos alimentemos com comida ou bebida “enriquecida”, ou seja, com moléculas resistentes aos radicais livres que já estiverem no nosso corpo.
Para consertos menores, outra solução: um exército de robôs-médicos dentro de nosso corpo para arrumar qualquer defeito. Já existem experimentos na Rice University, nos EUA. Pesquisadores criaram estrututuras microscópicas, pequenas cápsulas, capazes de levar remédio pela corrente sanguínea até células cancerígenas. E sem afetar as sadias.
Esses nanorrobôs podem ter o tamanho de células humanas, ou ser ainda menores. Eles se espalhariam pela corrente sanguínea, limpando nossas artérias muito antes de elas chegarem perto de entupir. Vão também ser capazes de destruir vírus, bactérias, células cancerígenas antes que nosso corpo sofra qualquer dano. Funcionariam como novas pecinhas, responsáveis pela faxina no organismo. “Em duas décadas, os nanorrobôs vão fazer as mesmas funções que as nossas células ou tecidos, mas com uma precisão infinitamente maior”, escreveu o futurologista americano Ray Kurzweil, no livro Transcend, lançado em 2009. (Kurzweil não é qualquer um: previu, nos anos 80, o que seria a internet hoje.
Clique no link abaixo para ler a matéria inteira :
http://super.abril.com.br/ciencia/voce-pode-ser-imortal-535997.shtml
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