A Inflação brasileira tem tido uma tendência de queda durante o ano de 2023, apesar de alguns meses de alta, no meio do caminho.
Mas mesmo com esta tendência a Inflação do ano de 2023 vai certamente terminar acima da meta de 3% (já que parcialmente acumulada já está em 3,23%).
O cenário da Inflação Percentual no Brasil é o seguinte :
Em 2021 … 10,61%
Em 2022 … 5,79%
Nos últimos 12 meses … 4,61%
Em 2023 … 3,23%
No mês de agosto/23 … 0,23%
Prévia IPCA 15 … 0,35%
Com a Inflação variando, o ideal é você tentar segurar todos os seus custos e despesas, ter um plano de economia mensal e um plano de reserva periódica para emergências (sugiro uma economia correspondente à soma de 6 meses do valor dos seus gastos, aplicado em Renda Fixa).
O cenário da Taxa Percentual de Juros Selic no Brasil é o seguinte :
Taxa de Juros nominal = 12,75% (a taxa de juros oficial do Brasil (SELIC).
Taxa de Juros real = 6,96% (Taxa de Juros Selic – Taxa de Inflação Anual)
Taxa de Juros de proteção = 18,54% (Taxa de Juros Selic + Taxa de Inflação Anual)
Pelos cálculos acima, deduzimos que a taxa de juros no Brasil está ainda alta, mesmo com as duas reduções recentes.
A taxa de juros no Brasil, deduzida a inflação do último ano deveria menor que 6,96%.
Para se proteger de oscilações por fontes diversas, a taxa de juros para sua proteção pessoal (nos seus cálculos de valores à receber) deveria ser maior que 18,54%.
Para as pessoas jurídicas (empresas) a taxa média de juros cobrada pelos bancos para empréstimos e financiamentos está no seguinte patamar, de acordo com a modalidade de empréstimo:
Taxa média anual … variando em torno de 25%
Entre todas as modalidades de empréstimo para empresas, recomendo cuidado na hora de contratar empréstimos em Contas Garantidas (similar ao cheque especial para empresas) … empréstimos na modalidade de capital de giro e empréstimos na modalidade de Factoring … pois todas as suas taxas se aproximam do dobro da média, representando perdas para a empresa que contrair empréstimos nestas categorias.
É difícil explicar para um leigo que um empréstimo para capital de giro de uma empresa esteja com a taxa um pouco maior que o desconto para duplicatas (que oscila em torno da taxa média, dependendo do banco que empresta) … quem contrai empréstimo na modalidade de capital de giro, contrai empréstimo para gerar dinheiro para realizar todo o ciclo de sua cadeia de procução (compra de matéria prima, estoque de matéria prima, produção de bens, estoque de produto acabado e transporte e logística entre a empresa e seus clientes e fornecedores) – um ciclo longo que representa um risco alto para a empresa e para o banco que empresta.
Já o crédito para desconto de duplicatas considera apenas o ciclo decorrente entre a venda e o recebimento do dinheiro do cliente (geralmente) e portanto deveria ter uma taxa bem menor do que a que é cobrada pelos bancos atualmente (próximo do valor da média).
Se você conseguir explicar esta lógica para um leigo, me conta para que eu possa repassá-la para frente.
Além disto a taxa de juros cobrada dos bancos para empréstimos empresariais anda fora de órbita, principalmente depois que a taxa Selic subiu de 2% para 13,75% como um foguete.
O estrago nas empresas provocado pelos juros altos pode ser visto na linha do balanço “Despesas Financeiras” que fica no meio entre a margem de lucro operacional EBTIDA e a margem de lucro líquida (ultimamente mais negativa dentro da população de empresas brasileiras).
Já a taxa média para empréstimos para pessoas físicas no Brasil supera a casa dos 3 dígitos – recomendo cuidado com a contratação daqueles créditos de fácil obtenção (que pode ser feita sem ajuda do gerente, por celular ou internet).
Não se iluda – quanto mais fácil é a obtenção do crédito, mais caro ele fica.
Se necessitar de um empréstimo, converse com seu gerente de banco e peça uma alternativa ao cheque especial (como empréstimo pessoal) que tenha taxas menores.
E tenha muito cuidado com o uso do cartão de crédito, pois seu uso sem critério pode levar a uma situação de insolvência e inadimplência.
Se puder e precisar, use o Cartão de Crédito apenas para necessidades que caibam dentro do seu orçamento doméstico, nunca ultrapassando o saldo disponível da sua conta.
No Brasil, um esporte perigoso é o uso das compras com cartão de crédito parcelado ( pois o valor final do financiamento pode superar em várias vezes o valor real do bem).
O cenário do PIB brasileiro tem a seguinte característica :
Em 2021 … 5,0%
Em 2022 … 2,9%
Previsão para 2023 : Em torno de 3%, com redução prevista para 2024.
Eu costumo recomendar aos empresários que utilizem a taxa do PIB anual em suas projeções de crescimento mínimo da empresa ao final do ano seguinte.
A conta que eu sugiro é estimar o crescimento da empresa em torno de 2 a 3 vezes a taxa do PIB (ou seja entre 6 a 9% em relação ao total das vendas da empresa em 2023) e assim por diante nos anos seguintes.
E só lembrando … o PIB brasileiro é dependente do consumo da população (algo acima de 70% do PIB é originado do consumo) … portanto mais consumo, maior crescimento do país, das empresas e das pessoas(em teoria).
Ela tem experimentado uma curva de queda … hoje medida em 7,8% … a taxa de desemprego vem caindo gradativamente, mês a mês, desde os tempos do Governo Dilma, quando bateu a cada de 15%.
O Brasil tem atualmente uma taxa de produtividade baixa quando comparado ao resto do mundo e principalmente quando comparado com seus pares da América Latina e países emergentes.
Produtividade é um indicador 100% dependente do investimento em Educação, uma área que tem sofrido até certo desinvestimento desde que os recursos do país foram desviados da Educação para a Saúde.
Tanto em quantidade, quanto em qualidade, o Brasil está em débito e precisa fazer seu dever de casa. Uma boa referência e um bom espelho é o governo copiar e colar as práticas dos países asiáticos.
Produtividade aumenta quando Educação aumenta, tanto da população brasileira quanto das empresas aqui instaladas (educação nas empresas pode ser medida por investimento em treinamento dos colaboradores).
Já a taxa de riqueza tem relação direta com o investimento do país em Tecnologia e neste campo o Brasil tem se esforçado mais para estar em linha com o que está acontecendo no mundo – investir em tecnologia que possa atender demandas de 5G e 6G, Inteligência Artificial, Energia Renovável (Energia Eólica, Solar, Hidrogênio Verde), Proteção da Amazonia e implantação de práticas denominadas E (Ambiental) … S (Social) …. G (Governança) é o caminho, além de investimentos em tecnologias que promovam a evoluação da Saúde de forma geral.
No quesito atividade econômica tenho visto números não muito agradáveis tanto no que se refere à Indústria … que no último mês medido variou apenas 1% em volume % e 0,6% em R$ …. quanto no que se refere ao Comércio … variação pequena de 0,5% em volume e 0,2% em R$, patamares muito baixos para o potencial do país.
Uma coisa boa no Brasil é a sua produção muito baseada em Commodities (Produtos e Insumos Básicos da Economia) … a maioria proveniente do rico solo brasileiro (veja só – pense em todas as commodities agrícolas, mineirais e de energia, onde o Brasil ocupa posição de destaque no mundo.
Por outro lado, o excesso de dependência de Commodities mostra um ponto fraco do nosso país no fomento e desenvolvimento de novas empresas geradas por maçico investimento em atividades principalmente intelecutais e na área de serviços de alto valor agregado.
O Brasil tem experimentado um bom ano no tocante à balança comercial, com números impressionantes tanto no crescimento do Superávit Comercial, quanto nas Exportações e Importações.
Só em Setembro o Brasil apurou em Bilhões de Dólares :
28,4 em Exportações, 19.5 em Importações e Superávit de 8.9.
Números impressionantes, apesar de que menores do que a média dos meses anteriores deste ano.
Eu gosto de analisar e evolução da economia colocando na minha frente um gráfico de variação diária ocorrida na economia nos últimos 12 meses (de 04/10/22 até 04/10/23).
Daí tiro minhas conclusões de tendências, passando o dedo nos gráficos de linha de cada indicador. Eis abaixo minhas conclusões :
Tendência maior numa análise de longo prazo ( a que prevalece entre as demais análises):
Pelo mesmo critério de análise, a Bolsa de Valores segue uma tendência geral de alta (vale hoje 113.607 pontos contra seu menor valor no período de 97.926 (no dia 23 de março). Alta percentual comparativa de 16%.
Tendência menor numa análise de curto prazo :
Porém mudando o foco do Zoom e analisando apenas as duas últimas semanas, estou vendo uma ligeira inversão de tendência – de alta do dólar e de que da Bolsa, sem ser suficiente ainda para reverter a tendência maior analisada acima.
E por último, lembro os eventos positivos ocorridos este ano e que levaram o país para um patamar positivo de indicadores:
–Estabilidade política, com eleição, posse e funcionamento de novo governo, dentro de um cenário de certa normalidade … sem fortes atritos entre os poderes executivo, legislativo e judiciário.
-Elaboração e aprovação do arcabouço fiscal, visando maior previsão e estabilidade fiscal (eu ainda duvido da capacidade do governo atual de gerenciar suas receitas e suas despesas dentro do limite do saldo positivo pós encontro de contas. Mas o Governo tem contado com crédito da Sociedade em geral para surpreender neste quesito).
-Elaboração e encaminhamento para aprovação do Congresso da Reforma Tributária (mesmo com o receio de muitos que ela seja desidratada ao longo do caminho para parecer estar mudando muito e no final mudar pouco) … tomara que isto não aconteça … torça e reze aí também.
-Uma melhor performance das Commodities brasileiras, gerando maiores entradas de divisas para o país.
-A oscilação favorável da Inflação e da taxa Juros para baixo (apesar de intervalos de altas em alguns meses).
-Influência dos acontecimentos recentes nos Estados Unidos que estão levando o governo de lá a aumentar os seus juros para tentar esfriar aquecida economia americana – este fato tem feito com que alguns investidores tirem seu dinheiro dos países emergentes, o Brasil inclusive, e o transfiram para os Estados Unidos em busca de uma rentabilidade boa com riscos menores.
Em termos de Commodities agrícolas vi negociações com preço em baixa para o café, o açúcar, o leite, a laranja, o suco de laranja, o arroz, o feijão, a soja e a batata. Neste viés de queda tenho visto negociações do produto carne (tanto carne bovina quanto aves e frangos).
Mercado estável hoje no comércio de hortifruti e sacolão, além do comércio de cebola, cacau e mandioca.
Mercado negociado com preços em alta em relação ao queijo e a manteiga, trigo, o pão, o cacau, óleo, o milho e o ovo, além da carne suína.
Em termos de Commodities de energia, vejo preços em queda na medição do mw/h, no preço da gasolina, do etanol e do Gás GLP 9 (a destacar qu se são reduções bem tímidas) com alta para o preço do Petróleo (que tem oscilado muito mundialmente e localmente) e o preço do Diesel.
E por fim, observamos oscilação em termos médios no tocante às commodities mineriais (minério de ferro e seus derivados, ouro, prata, platina, alumínio, cobre, chumbo, estanho, níquel,…
Começo a ficar de olho nos preços tanto do Lítio quanto do Cobalto, minerais que vão alimentar a economia do futuro (baterias de carros elétricos,…)
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CONSIDERAÇÕES FINAIS :
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