Este post traça o perfil do bom político, baseado em fatos reais e conta uma incrível história sobre a sua capacidade de se sair bem, mesmo das situações mais difíceis. Espero que você goste e se inspire nele para escolher melhor os políticos que nos representam e para construir um Brasil melhor.
Em plena época de crise política, encontrei um recorte de um jornal impresso da Folha de SP que li durante um voo entre SP e RJ no início desta década.
Já estava pronto para jogá-lo fora, quando uma passada de olhos pela coluna, fez brilhar os meus olhos e me fez ter vontade de homenagear o autor e o protagonista publicando a minha edição do texto original.
O autor do texto é o excelente Ronaldo Costa Couto, escritor, doutor em história pela Sorbonne e o protagonista, ninguém mais, ninguém menos que o saudoso Tancredo Neves.
Veja que primor de descrição do perfil do bom político e de uma história onde ele foi incrivelmente pressionado e desafiado:
PERFIL DO BOM POLÍTICO
“…Tancredo Neves…
…Mudou o Brasil. Liderou a reconquista pacífica da democracia, morreu por ela. Foi o melhor presidente que o Brasil não teve …
…Resposta que ele dava para jornalistas que andavam desconfiados que ele tinha sérios problemas de saúde:
– “Estou com uma saúde irritante“…
…Estrategista, pensava grande, via longe. Não radicalizava, fugia de decisões emocionais, errava pouco…
…Sabia antecipar-se, sabia esperar…
…Confiava, desconfiando…
…Conhecia os homens, suas manhas e artimanhas…
…Dizia-se apenas um servidor público. Íntegro, patriota, culto, bom orador, escrevia bem….
… Amava o direito, conhecia economia e política…
… Hábil negociador e operador político…
… Pilha de simpatia, argúcia, astúcia …
… Dos adversários ouvia-se: “O Tancredo é um político capaz de tirar as meias sem tirar os sapatos“…
…Dominava os principais temas domésticos e internacionais…
…Lia os grandes jornais brasileiros e o francês “Le Monde”…
…Gostava de rádio e televisão, inclusive de algumas novelas….
… Leitor fiel dos clássicos, entusiasta de música clássica…
…Não fumava, pouco bebia…
…Bom de garfo, adorava almoçar e jantar sem pressa, uma taça de vinho junto…
…Parecia não ter medo. Quase não se estressava, apesar da trabalheira, das pressões de governar, das maratonas de campanha, das manobras golpistas que enfrentou…
…Deitava e logo dormia…
…Como conseguia? “Ah, meu filho, sempre faço a minha parte o melhor que posso. O resto é com Deus e Nele a gente pode confiar.”
…Divertido, sutilmente irônico, espirituoso…
UMA INCRÍVEL HISTÓRIA A RESPEITO DA SUA CAPACIDADE DE SE SAIR BEM DAS SITUAÇÕES MAIS DIFÍCEIS:
“Um deputado autocandidato a secretário de Estado não parava de plantar notas.
Tancredo, governador eleito, mudo.
Mais notas, mais silêncio.
Posse chegando, pede audiência:
“Doutor Tancredo, o que eu faço?
Tá todo mundo perguntando se vou ser secretário”.
Tancredo:
“Diga que eu te convidei e você não aceitou”.
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