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“AS PESSOAS NÃO TE ODEIAM PELO QUE VOCÊ É, ELAS TE ODEIAM PELO QUE ELAS NÃO CONSEGUEM SER” – FRASE DO FILME QUE ESTÁ NA DICA DE CULTURA – DICA DE CINEMA PARA ESSE FIM DE SEMANA – UMA HISTÓRIA QUE UNE AMOR, FAMÍLIA, VIOLÊNCIA, PERDÃO, ROTEIRO ELABORADO A PARTIR DE MÚSICA ROMÂNTICA DOS BONS TEMPOS:

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“As pessoas não te odeiam pelo que você é, elas te odeiam pelo que elas não conseguem ser”

A frase inspiradora do dia – retirada de um diálogo entre personagens centrais de Paraíso Perdido.


Minha dica de Cultura – Dica de Cinema para você curtir nesse fim de semana vai para o Filme :

Paraíso Perdido

Obs – essa dica vale para o público alvo com faixa etária média entre 50 e 70 anos, com desvio padrão variando dos 16 aos 106.

Para o público alvo, servirá como lembrança de sua juventude sem computador, sem celular, sem Google, sem redes sociais, sem Whatsapp;

Para os mais velhos, doce nostalgia e lembrança dos velhos e bons rádios de madeira e de rádios como Atalala (estação AM típica dos anos 70 em alguns Estados Brasileiros e que alternava música bb (brega e boa) e a hora o dia inteiro) e

Para os mais jovens fantasia de um passado imaginário surpreendente.


Sinopse Comercial do Filme :

Paraíso Perdido é um clube noturno gerenciado por José (Erasmo Carlos) e movimentado por apresentações musicais de seus herdeiros.

O policial Odair se aproxima da família ao ser contratado para fazer a segurança do jovem talento Ímã, neto de José e alvo frequente de homofóbicos.

Aos poucos o laço entre o agente e o clã de artistas românticos vai se revelando mais e mais forte – com nós surpreendentes.


Brasil-2018

Diretora e Roteirista – Monique Gardenberg

Elenco – Erasmo Carlos Júlio Andrade Hermila Guedes Lee Taylor Marjorie Estiano Seu Jorge Malu Galli Humberto Carrão Felipe Abib Paula Burlamaqui Celso Frateschi Cristina Mutarelli Nicole Puzzi Jaloo



Resumo comentado da história do filme inspirado pelas imagens do seu trailer :

Numa rua escura, vemos cenas de brigas, alguns homens correndo e uma pessoa não identificada caída no chão, deitada de lado e com a roupa rasgada.

Um homem passa, vê a cena e corre na direção da pessoa caída.

Os agressores saem correndo.

A imagem fica mais nítida e o homem se aproxima da pessoa caída, que pergunta para ele :

-Meu Herói, quem é você? Ela tem o rosto ensanguentado e traja um vestido longo cor de rosa.

Ele olha para ela com cara de assustado.


Muda a cena e uma voz característica e conhecida (a do cantor Erasmo Carlos) é ouvida ao som da trilha sonora de um bolero dançante.

Ele pede :


“-Esqueçam a vida lá fora e sejam felizes aqui no Paraíso Perdido, lugar para aqueles que sabem amar.”


Paraíso perdido é uma boate e é o local de moradia e de trabalho de uma grande e interessante família de cantores.


Erasmo Carlos faz o papel do patriarca da família e ele tem dois filhos :

Júlio, o cantor da boate que tem suas melhores performances quando tem ao mesmo tempo o seu orgulho e os seus sentimentos feridos e

Eva, que está presa.

Também tem dois netos:

Imã, um travesti e

Celeste, cantora de mão cheia.

E para terminar a apresentação da família cancioneira tem o Seu Jorge atuando na pele de filho adotivo.


Erasmo aparece, com paletó e calça boca larga na cor rosa, camisa azul escuro e com uma rosa vermelha na lapela, falando após a abertura de uma cortina azulada, dentro do seu estabelecimento, o cabaré ao melhor estilo das boates antigas, típicas das dos anos 70.

Logo em seguida, entra uma cena em formato de flashback, que aparece no início para ser entendida com o desenrolar da história.

Um crime é cometido e com o passar do tempo ficamos sabendo do motivo, do autor e das consequências.

O personagem de Erasmo Carlos sonda o homem que correu para socorrer a pessoa caída na calçada – deseja convidá-lo para trabalhar para ele, como segurança da pessoa agredida por razões de intolerância e desrespeito à diversidade e ao diferente, principalmente naquela época.

O nome do convidado a integrar para ser o segurança da família é Odair, que por coincidência é filho de uma ex-cantora que ficou surda vítima de uma tragédia humana.

(Odair também é uma homenagem explícita da diretora do filme ao Odair José – cantor popular que tem o poder de cantar o que a massa quer ouvir.)

Os três, Erasmo, o segurança contratado e a pessoa agredida aparecem conversando numa espécie de rápida e íntima investigação sobre as razões da violência que se vê em algumas cenas.

Odair, o segurança pergunta para a personagem agredida algumas coisas e no final termina questionando se ela estaria segura do que falou.

Ao que a personagem responde :

-Segura não, Seguro ! Pode não parecer eu adoro ser homem apesar desse traje de mulher.

O segurança é apresentado ao tio  Imã, e o mesmo corresponde agradecendo.

O travesti aparece bem vestido, de peruca loura cantando na boate escura iluminada por poucas luzes avermelhadas e algumas pessoas dançam enquanto globos coloridos espalham reflexos quadrados de luz pelo salão.

Dois personagens centrais dialogam, quando um deles emite um comentário em forma de frase para o outro :


“As pessoas não te odeiam pelo que você é, elas te odeiam pelo que elas não conseguem ser”


As cenas seguem com diálogos diferentes entre personagens diferentes, que contextualizam o filme.


Mais na frente, a família proprietária da boate, aparece abraçada na frente de um portão cercado por muros amplos, esperando a saída de uma mulher, que aparece e abraça a todos e de todos recebe um forte e apertado abraço.

Cenas de beijos e abraços dentro da boate entre personagens diferentes que discutem o amor e a possibilidade de uma pessoa se apaixonar perdidamente por duas pessoas ao mesmo tempo.


Mais cenas de dança e música, agora apimentadas pelo que os personagens chamaram de uma briguinha de família.


Ângelo, que aparece bêbado e saudoso e curtindo a maior fossa ao som de um bolero, grita para os amigos :

-Eu ainda vou encontrá-la, nem que encontrá-la seja a última coisa que eu faça na vida.


O filme fala de um fascinante mundo desconhecido vivido por uma família super unida pela musica dentro da sua própria desunião pela vida e pela violência que os cerca.

Uma família solidária que se gosta e que vive que nem recheio de sanduíche entre fatias de violência de um lado e amor e perdão do outro.

Uma das grandes mensagens do filme é a necessidade que todos nós temos de aprender a gostar, a perdoar, aprender a viver individualmente para que isso se reflita nos comportamentos em grupo e em família.


A trilha sonora é arrebatadora para quem gosta de música popular, popularmente chamada de “brega”, mas que é na verdade super romântica.

Trilha produzida pelo igualmente competente músico Zeca Baleiro, ele próprio dono de muitos sucessos de público e crítica.


As próprias músicas dão o tom do enredo do filme, como “Quem tudo quer do amor nada terá…”.

Músicas que expressam com realidade os sentimentos humanos de uma forma direta e autêntica, com um pegada que mistura tons de samba, rock e bolero.

Músicas cobertas por intensa emoção e que parecem querer falar diretamente com a alma da gente, de uma maneira incrivelmente simples e sonora.


O figurino excita nossa imaginação pelo passado e nos faz viajar pelos idos dos anos 70, com sua moda típica, suas músicas da época e suas cores psicodélicas. Cada personagem se veste de acordo com a sua personalidade, num trabalho de harmonização artística brilhante.


O roteiro do filme é contado pela sucessão de cenas elaboradas a partir das músicas da geração anos 70, que compõem a bela trilha sonora, a partir da famosa música “É impossível acreditar que perdi você”


Prepare-se para ouvir, relembrar e ficar pensando no filme depois ao som de Márcio Greick, Odair José, Fernando Mendes, Paulo Sérgio, Reginaldo Rossi, Waldick Soriano, Belchior, José Augusto, Zé Ramalho, Paulo Sérgio, Roberto Carlos, entre outros.


A trilha sonora toda é incrível e eu destaco entre elas, duas músicas que são simplesmente a cereja do bolo da história:

    • A música “You are So Vain” sucesso dos anos 70 que faz a nossa cabeça girar de encontro a um passado agradável e romântico.

    • A música“Eu Vou Tirar Você Desse Lugar” é um hino ao alívio para o sofrimento humano e uma canção contra a depressão e a tristeza que de vez em quando bate na porta de todo mundo um dia, cuja mensagem é passada em forma de metáfora bem popular.

    • Ouvida com os olhos fechados e os sentimentos abertos, ela coloca água no cantinho dos olhos.

    • Repetir o refrão “Eu vou tirar você desse lugar…” cantando em voz alta, pode ser terapêutico para algumas pessoas.

    • Ouça uma amostra dessa música:


Assistindo ao filme, a gente entra por algumas horas literalmente dentro de um Paraíso Perdido, um lugar para quem sabe amar e de onde saímos ao final com a esperança de dias melhores na vida em época tão turbulenta, acelerada e difícil como a de hoje.

Um filme que vai fazer a gente ter saudade de um tempo que era menos frio, como é o ainda assim excelente tempo digital da internet, menos redes sociais.

Aquela era uma época onde a emoção andava um passso à frente da razão (digital dos dias atuais).


Um filme que vale a pena assistir e ouvir (porque a trilha sonora não é apenas trilha, é também parte de sua narrativa) 


 Para sua pré-avaliação, indico a minha nota pessoal para o filme :

Nota 8 – pelo conjunto da obra, roteiro, fotografia, atuações, trilha sonora, figurino,…


Veja o trailer do filme:


Ouça a trilha sonora (na íntegra ou em trechos):

Sobre Mauro Condé [ MaLuCo:) ] 3585 Articles
Nascido em Belo Horizonte, Mauro Lúcio Condé carrega uma bagagem profissional de muito prestígio. De simples operário, Condé chegou à diretoria da General Eletric e também passou por grandes empresas como EDS e GEVISA, mas consagrou de vez sua carreira no Citibank, do qual foi Diretor Executivo de Qualidade e depois como executivo do Banco Itaú e Telefônica. As mais de quatro décadas de experiências levaram Mauro Condé a abrir sua própria empresa de consultoria e ministrar palestras no Brasil e no mundo.
Contato: Twitter

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