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DICA DE VIAGEM – ROTEIRO LITERÁRIO POR CARTAGENA DAS ÍNDIAS DE GABRIEL GARCÍA MÁRQUEZ.

“Não chore porque acabou, sorria porque aconteceu ” Frase de Gabriel García Márquez

Para ilustrar este post, escolhi uma foto das clássicas muralhas de Cartagena, um local lindo e histórico.

Foi carregando uma mochila, uma mala e o livro Cem Anos de Solidão em espanhol, que desembarquei no Caribe Colombiano, mais precisamente em Cartagena das Índias para fazer algumas palestras para um grupo de executivos do setor de serviços da América Latina.

A metade inicial da semana eu gastei cumprindo meus compromissos profissionais.

A outra metade tirei para satisfazer minha curiosidade intelectual e repetir um ritual que adoro :

O de tirar alguns dias de folga em viagens de trabalho internacionais para fazer um tour literário por lugares onde viveram grandes autores e seus personagens reais e ou imaginários e conhecer o cenário que os inspiraram na composição de suas obras.

Como estava em Cartagena das Índias, a clássica cidade onde chegou a viver Gabriel Garcia Márquez, o ganhador do prêmio Nobel de literatura, decidi conhecer os lugares por onde ele passou e que ele usou para tirar ideias para seus livros.

Cartagena é um lugar apaixonante, lindo, colorido, histórico por cujas ruas caminhei carregando minha carteira, meu passaporte, um mapa e o livro Cem Anos de Solidão.

À medida que eu conhecia a cidade, fazia paradas estratégicas em bares, cafés e restaurantes e escolhia lugares interessantes para ter a experiência mágica de ler uma obra prima de García Márquez.

Passei por ruas estreitas enfeitadas com seus antigos casarões ao melhor estilo da arte colonial espanhola que, em certas épocas, abrigaram instituições militares e religiosas.

Um dos lugares onde mais me demorei lendo um longo trecho do livro foi num café próximo ao jornal Liberal El Universal, local onde García Márquez exerceu a função de jornalista.

Eu me senti dentro de um dos seus livros e cercado de pessoas que pareciam ter saído de dentro de suas páginas com seus sotaques bem peculiares.

Passei pelo local do hotel Santa Clara, antigo convento, ao lado da antiga casa do escritor (com vista de frente para o mar) e que foi cenário de inspiração para outra grande obra do autor – o livro Amor e Outros Demônios.

Por ali fiz outra parada estratégica para apenas tomar uma água mineral com gelo e limão e saborear as aventuras dos personagens de Cem Anos.

Fui obrigado a interromper minha leitura para admirar uma carruagem que passava carregando turistas atraídos por som da salsa que vinha dos bares.

Depois aproveitei para fazer uma longa caminhada por vários cenários de Cartagena que vi pessoalmente e depois revi nas telas de cinema em paisagens que contavam a história do Livro Amor Nos Tempos De Cólera.

É muito inspiradora a experiência de caminhar pelas mesmas ruas onde viveu Gabriel Garcia Márquez, onde ele se inspirou para tirar ideias dos seus livros e dos seus personagens.

Numa das minhas últimas aparições pelas ruas de Cartagena parei para saborear deliciosas empanadas de camarão, as preferidas do Dr. Gabo, segundo o garçom do local no bairro de Getsemani.

Cheguei a derramar algumas gotas de azeite extra- virgem, que usei para temperar as empanadas, dentro de uma das páginas de Cem Anos De Solidão.

Consegui reduzir o efeito do líquido nas páginas secando-as com alguns guardanapos do local que passaram a ser parte integrante do exemplar que carrego até hoje comigo.


Para resumir um pouco desta obra prima, Cem Anos de Solidão, narra uma saga latino-americana, com todas as suas particularidades e repleta de guerras e solidão imaginada a partir da árvore genealógica de uma família, que na verdade foi inspirada na histórica família do próprio autor.

Qualquer relação entre o povoado de Macondo e a família Buendia citados no livro e a família Márquez e Aracataca, a cidade natal de Gabo não é mera coincidência.

Gabriel Garcia Márquez elaborou toda uma engenharia literária para articular gerações e gerações sem perder a elegância e o fio da meada, num super trabalho que mescla inteligência, conhecimento, uma extrema capacidade de contar boas histórias.

Gabo, como é até hoje carinhosamente chamado por seus admiradores, foi um mestre na arte de transportar o leitor de um mundo de solidão de personagens perdidos em si mesmos e muito apegados a guerras inúteis e sem sentido, num misto de magia e realidade histórica.

Planeje uma viagem por Cartagena, conheça a cidade murada e seus encantos e carregue com você bons livros de Garcia Márquez e procure lê-los em meio a cenários que inspiraram suas criações.

Como trilha sonora de encerramento deste post, escolhi a música “Dos Gardênia” de Ibraim Ferrer – do famoso conjunto musical Buena Vista Social Club – aqui interpretada por um grupo latino.

Esta foi a música que mais me tocou quando estava jantando num restaurante de estilo e culinária cubana no centro de Cartagena, um dia antes da minha volta:

Sobre Mauro Condé [ MaLuCo:) ] 3584 Articles
Nascido em Belo Horizonte, Mauro Lúcio Condé carrega uma bagagem profissional de muito prestígio. De simples operário, Condé chegou à diretoria da General Eletric e também passou por grandes empresas como EDS e GEVISA, mas consagrou de vez sua carreira no Citibank, do qual foi Diretor Executivo de Qualidade e depois como executivo do Banco Itaú e Telefônica. As mais de quatro décadas de experiências levaram Mauro Condé a abrir sua própria empresa de consultoria e ministrar palestras no Brasil e no mundo.
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