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Checklist para te ajudar a desenhar seu planejamento estratégico

Planejamento estratégico é a arte de colocar a cabeça dentro do futuro, ter uma visão de como ele será, voltar para o presente e convencer toda a sua equipe a seguir a sua visão de forma a fazer uma viagem planejada e gradual de desconstrução do presente atual e construção do futuro visualizado, de forma a gerar uma vantagem competitiva, surpreender positivamente seus clientes e tornar irrelevantes seus concorrentes.

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Pintura de Clarkson Stanfield Frederick retratando a decisiva Batalha de Trafalgar.

Em 1805, a Inglaterra estava diante de um grande problema. Napoleão Bonaparte havia conquistado grande parte da Europa e planejava a invasão da ilha.

No entanto para cruzar o canal, ele precisava tomar dos ingleses o controle dos mares.

Na costa Sudoeste da Espanha, a frota conjunta de franceses e espanhóis, composta por 33 navios, foi fortemente armada ao encontro de uma fragilizada frota britânica com muito menos navios.

As táticas mais bem desenvolvidas da época recomendavam que, sempre duas frotas inimigas se posicionassem em linha atirando pelos costados uma na outra. E o almirante britânico, Lord Nelson, teve um dos maiores insights estratégicos de todos os tempos.

Ele, surpreendentemente, dividiu a pequena frota britânica em duas colunas e conduziu-as em direção à frota franco-espanhola, atingindo-a perpendicularmente.

Nas disposições táticas, em vez de formar a secular “fila indiana” e disparar os desnorteados canhões em ataques de banda (atirando de lado), como fez Villeneuve, Nelson dispôs seus navios em duas colunas e navegou sem disparar.

Impossível acertar algo que não, os próprios navios da outra coluna britânica — até estar entre a esquadra adversária, acabando por anular grande parte da linha de tiro de Napoleão.

Neste ponto, os canhões do almirante britânico rugiram à queima roupa.

“A Inglaterra espera que cada homem cumpra o seu dever!” — gritou Nelson.

Nelson assumiu um enorme risco, mas inteligentemente julgou que os artilheiros franco-espanhóis menos treinados não conseguiriam compensar a ondulação pesada daquele dia.

No final da batalha denominada de Trafalgar, os franceses e os espanhóis acabaram perdendo 22 navios, mais de 2/3 de sua frota e os britânicos comandados por Nelson não perderam nenhum navio.

Ironicamente, Nelson, o grande almirante, morrera meia hora antes do final da batalha (única baixa dos britânicos), mas imensamente orgulhoso de tê-la vencido e servido à pátria inglesa, tornando-se um dos seus maiores heróis. Do lado francês: o sonho de invadir a Inglaterra naufragou literalmente.

O almirante que acabou imortalizado como um dos maiores heróis ingleses da história, teve como desafio o de bolar uma estratégia capaz de transformar uma enorme desvantagem numérica numa vantagem competitiva.

Sua estratégia foi colocar em risco seus navios líderes para quebrar a coerência da frota inimiga.

Com a coerência perdida, pensou ele, os capitães ingleses mais experientes iriam prevalecer no meio da confusão que se seguiria.

Esta história mostra que a boa estratégia é aquela em que o líder identifica de forma simples uma ou duas questões fundamentais e prioritárias em uma dada situação crítica (os pontos centrais que podem multiplicar a eficácia do esforço) e depois concentra suas ações, seus esforços e todos os seus recursos nelas.

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Disposições táticas da Batalha: ingleses com duas colunas transversais à formação franco-espanhola em banda (fileira indiana). Imagem: Autor desconhecido.

Deixo aqui algumas perguntas que vão te ajudar a estruturar seu planejamento estratégico de vida ou empresarial:

Pense sobre o mercado, concorrentes, clientes, colaboradores e tudo o que for necessário para servir de grande subsídio para você desenvolver o seu planejamento estratégico.

Concorrentes

  • Que “lobos” estão com as garras afiadas arranhando a porta da nossa empresa? E por quê?
  • Quem você considera o(s) líder(es) de mercado e qual é a principal estratégia dele(s)?
  • Quais movimentos (ou comportamentos) dos concorrentes rivais precisamos antecipar, prever ou premeditar para transformar em vantagem a nosso favor?
  • O que os nossos concorrentes possuem (ou fazem) que não podemos copiar?
  • O que nós temos que nossos concorrentes não podem copiar?
  • Quais são e onde estão os principais pontos de acomodação ou inércia dos nossos concorrentes? O que precisamos fazer para atacá-los nesta frente?
Clientes
  • O que precisamos fazer para aumentar a demanda dos nossos compradores?
  • Quais valores ou serviços poderiam ser agregados aos produtos atuais para aumentar a percepção de valor pelos clientes e seus clientes finais?
  • O que precisamos fazer para aumentar a quantidade de compradores para a empresa?
  • O que mais gera insatisfação, frustração e tira o sono de nossos clientes hoje?
Mercado e Tecnologia
  • O que é possível observar com relação a tendências e mudanças no mercado que podem nos propiciar um salto à frente da concorrência?
  • Quais ondas de mudanças estão sendo percebidas no mercado e no comportamento dos nossos clientes que precisamos explorar melhor?
Colaboradores
  • Se hipoteticamente fóssemos demitidos da Presidência, da diretoria ou do grupo de colaboradores e a nossa empresa resolvesse contratar outros executivos no mercado, o que estes fariam diferente do que está sendo feito hoje? Por que fariam isto? E como poderíamos incorporar estas ideias na nossa estratégia?
  • Que informação adicional você considera relevante levarmos em consideração sobre a empresa, os concorrentes, o mercado e os clientes que ainda não foi discutida?

Gostou deste artigo sobre planejamento estratégico? Leia também: Qualidade no Trabalho – Como encontrar as soluções dentro dos seus próprios problemas

 

Sobre Mauro Condé [ MaLuCo:) ] 3583 Articles
Nascido em Belo Horizonte, Mauro Lúcio Condé carrega uma bagagem profissional de muito prestígio. De simples operário, Condé chegou à diretoria da General Eletric e também passou por grandes empresas como EDS e GEVISA, mas consagrou de vez sua carreira no Citibank, do qual foi Diretor Executivo de Qualidade e depois como executivo do Banco Itaú e Telefônica. As mais de quatro décadas de experiências levaram Mauro Condé a abrir sua própria empresa de consultoria e ministrar palestras no Brasil e no mundo.
Contato: Twitter

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