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A TRAGÉDIA DA CHAPECOENSE E UMA REFLEXÃO SOBRE O SENTIDO E O SIGNIFICADO DA VIDA E DA MORTE:

“Vida com qualidade, morte com qualidade”

Frase da Monja Coen Sensei – Então para um dia morrer bem, viva melhor ainda!


Para ilustrar esse post, escolhi a obra de arte – quadro de 1911 – pintura, óleo sobre tela “A Vida e A Morte” de Gustav Klimt.

Ela representa o eterno conflito entre a vida e a morte, num sentido ambíguo – ela se parece com duas peças de quebra-cabeça que se encaixam perfeitamente uma na outra através das curvas à direita desenhadas na veste de cores frias da morte se completando com a forma do contorno esquerdo da figura que representa a vida, com todas as suas cores vivas e quentes.


Veja que o quadro não sugere um confronto, mas sim um encaixe perfeito entre a vida e a morte, descrevendo um ciclo do início ao fim.


Este post é uma simples homenagem do blog do Maluco para todos os que morreram no trágico acidente aéreo que vitimou profissionais do time de futebol da Chapecoense, profissionais da imprensa e da aviação.

Um acontecimento que tocou o coração e a mente de todas as pessoas no mundo inteiro e que foi o tema mais falado nos jornais e nas revistas desta semana.

Esse post substitui o nosso resumo semanal das revistas mundiais, visto que o tema Chapecoense dominou todas as manchetes e superou até mesmo a cobertura da morte do Líder Cubano Fidel Castro e as recentes e polêmicas ações do Congresso Nacional.

Ao invés de usar esse post para falar sobre o acidente e sua cobertura até esse momento, resolvi :

Usar esse espaço para compartilhar com você minhas breves reflexões sobre o sentido e o significado da vida e da morte que momentos como estes geram junto com um profundo sentimento de consternação.

São reflexões isentas de conteúdo ideológico ou religioso, geradas apenas por uma enorme vontade de escrever para tentar entender aquilo que nem sempre tem uma explicação lógica e convincente:

REFLEXÕES SOBRE O SENTIDO E O SIGNIFICADO  DA VIDA E DA MORTE:

Afinal, quem somos nós nesse mundo?

Por que existimos, nascemos, vivemos e morremos?

Qual o sentido de tudo isso – de onde viemos, para onde vamos?

Por que coisas ruins acontecem com pessoas boas?

Qual o verdadeiro sentido e significado da vida e morte?

Todas essas são perguntas duras e muito difíceis de serem respondidas de maneira lógica e convincente, você não concorda comigo?

Desde que me conheço por gente, eu me faço essas perguntas e ao longo de toda a minha vida, à medida que amadureço, tento seguir minha jornada lapidando as seguintes respostas:

A morte, como o nascimento são atos solitários – nós nascemos sozinhos, nós morremos sozinhos.

-A vida só é possível através de atos solidários – ninguém é uma ilha – ninguém consegue viver sozinho – só vivemos em sociedade e em redes sociais.

-Na verdade, o ser humano é uma criatura engraçada – vive dizendo que não pediu para nascer, dizendo que não sabe como viver, mas ainda assim “morre” de medo de morrer (rs).

-Uma frase interessante do escritor Mark Twain me fez refletir sobre o medo da morte :

“Não temo a morte, já estive morto por bilhões e bilhões de anos, antes de nascer e isso nunca me causou o menor incômodo”

-Muitas pessoas vivem aterrorizadas pelo medo de morrer – por não saberem exatamente o que acontece depois da morte, não é mesmo?

O curioso é que essas mesmas pessoas não demonstram medo de nascer, ou melhor, de pensar sobre o que aconteceu antes delas nascerem.

Em minha opinião o medo de morrer é semelhante ao medo que teríamos de nascer – você se lembra como e o que você era antes de nascer? Você já se viu paralisado por causa do medo de nascer?

Você concorda que o ato de morrer é análogo ao ato de nascer e o que pode acontecer depois de você morrer pode ser similar ao que aconteceu antes de você nascer?

Você já parou para pensar nisso? Será que isso reduziria o seu medo de morrer, visto que você não se lembra de nada do que era antes de nascer?

Encarar a vida e encarar a morte são coisas dolorosas, mas necessárias.

-Eu aprendi que a vida é um breve feixe de luz entre dois períodos de trevas (o do nascimento e o da morte).

-Enquanto vivemos debaixo deste breve feixe de luz, eu acredito que vivemos para cumprir alguns propósitos básicos da vida, entre eles:

–O propósito da reprodução humana com a finalidade da perpetuação da nossa espécie.

Já que não seremos eternos, geramos filhos para que eles carreguem nossos genes e nosso DNA para a frente, depois que nos formos desta vida.

–O propósito da Transferência, visto que ninguém nasce já sabendo tudo e tudo o que a gente sabe ao longo da vida, o conseguimos em função de outros dois sub-processos cruciais :

—-O processo do Aprendizado – que é a forma como transferimos para dentro de nossas mentes o conhecimento fornecido por aquelas pessoas com as quais convivemos (pais, parentes, amigos) através de exemplos, livros e histórias.

Aprendizados que usamos para construir a nossa vida e para moldar e aperfeiçoar o mundo em que vivemos.

—- O processo do Legado – que é o processo de transferência inverso ao do aprendizado – onde transferimos o que acumulamos dentro de nossas mentes para aquelas pessoas com as quais convivemos (filhos, parentes e amigos). Transferimos tudo o que aprendemos, tudo o que vivemos, tudo o que criamos e que deixamos em forma de legado ao longo de nossa existência.

—-O propósito de viver uma história – eu acredito piamente que toda vida tem uma forma especial – a forma de uma história e que essa história tem como ingredientes básicos nossos propósitos de reprodução e transferência (de aprendizados e legados).

Ao construirmos a nossa história, cada um de nós assume o papel de verdadeiros heróis, de protagonistas que vivem diariamente e enfrentam o tempo todo uma série de antagonistas cruéis (fatos, dificuldades, adversidades e obstáculos) que se recusam a cooperar para que tenhamos uma caminhada leve, suave, tranqüila e linear.

Viver, para mim, nada mais é do que enfrentar problemas, resolver problemas diariamente, lidar com e superar obstáculos, barreiras e adversidades o tempo todo.

Viver é aproveitar cada segundo de nossa vida atravessando períodos de altos e baixos sucessivos, intercalados por obras do destino e nosso próprio livre arbítrio.

A vida é feita de escolhas e a soma de nossas escolhas é que faz a nossa história de vida.

Cada pessoa faz parte de uma história única, que em alguns momentos se funde com a história de outras pessoas.

E assim vamos vivendo – criando histórias, nos reproduzindo, fazendo transferências (em forma de aprendizados e legados) e criando nossas histórias únicas ligando-as às histórias de outras pessoas que encontramos no meio do caminho.

E para finalizar, escolhi uma história real e sensível que simboliza o verdadeiro valor da vida:

É a história de uma pessoa que eu admiro muito, autor de livros de sucesso internacional sobre gestão e inovação e dos maiores contribuintes com meu processo de transferência e aprendizado:

Um dia, ele disse que acordou se sentindo muito mal, procurou um médico e ficou sabendo que tinha um câncer em fase terminal.

Precisou ser internado e se submeter a vários exames, sessões de quimioterapia e internações sucessivas.

Uma vez, quando estava internado numa UTI, ele disse que teve a incrível sensação de ter saído do corpo e ido ao encontro de Deus para sua prestação de contas de fim da vida.

Ele se lembra de estar em pé ao lado de uma enorme mesa branca, num salão branco, quando sentiu que Deus se aproximava dele.

Pegou então sua maleta estilo “007” que ele carregava naquele momento e começou a espalhar sobre a mesa vários documentos pessoais – eram seus extratos com seus polpudos saldos bancários, fotos de suas mansões e propriedades, de seus aviões e um balanço de toda a riqueza material que conseguiu acumular durante a vida – era a prova a evidência de seu sucesso na vida, pensava ele.

Então quando Deus chegou perto dele, primeiro colocou uma de suas mãos sobre seu ombro e perguntou :

– O que é isso meu filho? O que representa essa maleta e todos esses documentos e fotos?

Depois de ouvir a resposta de que seria sua prestação de contas e evidência de sucesso na vida, Deus pediu que ele juntasse e guardasse tudo dentro da maleta.

Depois, Deus olhou bem dentro de seus olhos e disse:

-Meu filho, não é assim que medimos o valor da vida ao seu final, não contabilizamos o quanto você acumulou de bens e riqueza material na vida.

-A única coisa que é usada para medir o verdadeiro valor da sua vida é a sua capacidade de contribuir significativamente para transformar para melhor a vida das outras pessoas com quem você convive no mundo.

Este autor continua lutando pela sua sobrevivência e hoje mais do que nunca busca fazer da sua vida o melhor presente para melhorar a vida das outras pessoas.

Incrível história, de colocar água no cantinho dos olhos, não é mesmo?

Que você pense nessa lição e nessa mensagem:

QUE O VALOR DA VIDA É MEDIDO PELA SUA CAPACIDADE DE TORNAR MELHOR A VIDA DAS OUTRAS PESSOAS QUE CONVIVEM COM VOCÊ.

Procure daqui para frente, contribuir cada vez para tornar melhor a vida das pessoas que mais importam e que você mais ama:

Surpreenda positivamente essas pessoas dando a elas algo que elas não esperam – um simples presente inesperado, um forte abraço, um beijo, uma experiência inesquecível, uma ligação, uma visita, um momento edificante e inesquecível. Repita isso várias vezes ao longo de todos os dias da sua vida e seja feliz. Comece este hábito isso já, agora, hoje mesmo ! Não desperdice sua vida fazendo o contrário nunca.

Este post foi uma homenagem aos heróis envolvidos no acidente da Chapecoense que morreram de forma trágica, mas viveram de forma mágica – eles viveram suas histórias, se reproduziram em muitos e geraram vários processos de transferências – eles nos deixaram vários legados em forma de um grande aprendizado :


O DE QUE A VIDA SEMPRE VALE A PENA !



Para encerrar esse post, escolhi como trilha sonora a inesquecível música Hallelujah de Leonard Cohen, que também morreu recentemente e marcou sua passagem por esta vida, deixando como legado obras primas como essa :

Sobre Mauro Condé [ MaLuCo:) ] 3584 Articles
Nascido em Belo Horizonte, Mauro Lúcio Condé carrega uma bagagem profissional de muito prestígio. De simples operário, Condé chegou à diretoria da General Eletric e também passou por grandes empresas como EDS e GEVISA, mas consagrou de vez sua carreira no Citibank, do qual foi Diretor Executivo de Qualidade e depois como executivo do Banco Itaú e Telefônica. As mais de quatro décadas de experiências levaram Mauro Condé a abrir sua própria empresa de consultoria e ministrar palestras no Brasil e no mundo.
Contato: Twitter

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