“Mais difícil do que ter uma grande ideia, é reconhecer uma.
Especialmente se ela for de outra pessoa.”
A Frase inspiradora do dia –
Do genial publicitário Washington Olivetto
Minha dica de cultura de hoje, vai para um livro recém-lançado que vale muito a pena cada página:
Livro :
Direto de Washington
Autobiografia de Washington Olivetto, um dos maiores publicitários do mundo inteiro, onde o autor fala de um personagem curioso da mídia brasileira = ele mesmo.
Vencedor de muitos prêmios internacionais, ele fala e escreve com um tom professoral e tom de autoridade que domina completamente o assunto da comunicação com maestria.
Direto de Washington, a autobiografia que também é história da propaganda
Washington Olivetto é uma referência da publicidade brasileira, até para quem não se interessa pelo assunto.
Direto de Washington conta as memórias de um Senhor Sedutor, Mestre da Arte da Sedução.
Washington Olivetto é o responsável direto pelo desafio mental de gerar o desejo nas pessoas, o desejo do consumo, o desejo baseado no pânico gerado pelo fato de não se possuir o alvo de suas brilhantes propagandas.
Além disso Olivetto tem o dom de convencer as pessoas em apenas 30 segundos, o tempo que dura um comercial na TV.
Ele tem como lema de vida profissional, fazer o cartão ser mais importante do que as flores, fazer a embalagem ser mais importante do conteúdo, sendo que ele tem a sorte e o privilégio de ter sempre bons conteúdos no interior dos produtos que vende.
O livro contém algumas inovações na escrita, como o fato de ser organizado em 21 capítulos sem títulos, sem índice e com um resumo de todos os capítulos feito pelo próprio autor, considerado o Pelé da Publicidade.
A arte do livro já começa pela capa, que curiosamente contém uma foto tirada por um dos maiores fotógrafos de todos os tempos no mundo inteiro, o brasileiro Sebastião Salgado que vive na França.
Ela contém a imagem de um dos maiores publicitários mundiais de todos os tempos, o brasileiro que mora em Londres, o Washington Olivetto.
Detalhe = o encontro dos dois para a produção da capa se deu na cidade Luz, a cidade ideal para se tirar uma bela fotografia : Paris.
Em resumo, nesse livro Olivetto fala sobre sucessos e fala sobre fracassos, e segundo ele fracassos acontecem com quem busca ir mais longe em termos criativos.
Ele conta alguns dos seus maiores fracassos de forma bem humorada e inteligente, embalados por sucessos estrondosos gerados a partir dos próprios fracassos.
O livro fala sobre um dos seus primeiros grandes cases : o primeiro sutiã, comercial que ele criou após ser convidado durante um jantar oferecido por um rica família que tinha acabado de comprar a Valisère.
A partir desse comercial, a expressão : “O primeiro … a gente nunca esquece” entrou para o anedotário nacional.
Ele usou como ideia para o comercial, o desejo de vender o sutiã não como uma peça de roupa, mas como um símbolo de vida, um símbolo da transição da menina para a mulher.
Na lista de seus sucessos de público e crítica estão comerciais que encantam até hoje, mesmo fora do contexto da época, como por exemplo :
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Comercial Homem de 40 anos – que influenciou a legislação do trabalho na época em que homens acima de 40 anos eram discriminados para o trabalho. Originalmente inspirado na história de seu pai.
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Comerciais dos sapatos Vulcabrás – na época com políticos como Leonel Brizola (representando o pé esquerdo) e Paulo Maluf (representando o pé direito).
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Comercial da Folha de São Paulo, que hoje poderia ser adaptado para falar sobre as atuais Fake News, onde ele destacava os grandes feitos reais de um marcante político mundial – tanto em termos econômicos, políticos e sócio-culturais – o comercial começa com a foto em zoom formado por pixels em preto e branco e vai dando um close no rosto do sujeito, até revelar a identidade dele, ninguém mais, ninguém menos do que Hitler – a mensagem genial é que precisamos ter cuidado com o que lemos, pois é possível contar um monte mentiras dizendo só a verdade.
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Comercial genial de lançamento da Revista Época, de circulação semanal comparando vários eventos impactantes que podem acontecer no período de sete dias, inclusive a criação do mundo.
Olivetto trabalha num setor invejável e em transição, que precisa se reinventar para continuar atraente, que de estável virou um setor em plena revolução e evolução, em transição do analógico para o digital e do digital para a era da robótica e para a inteligência artificial.
Pelo que se lê no livro, o melhor de Olivetto, ainda não foi criado, está sendo incubado pelos seus bons anos de experiência e longo tempo de curiosidade acumulada.
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