Novidades

Uma verdadeira pérola escondida dentro do Netflix para você assistir com a sua família

a dama dourada 2
  • Twitter
  • LinkedIn
  • Google+

A tela se abre – um cenário maravilhoso aparece no fundo quando então ouvimos a voz firme de uma senhora perguntando para a amiga sobre o filho dela que tinha acabado de se tornar advogado.

Queria saber como ele era e se poderia apresentar para o mesmo umas cartas que tinha achado nos pertences antigos da saudosa e querida irmã.

Ela queria se aconselhar com alguém de confiança e o filho da amiga com sua especialização talvez pudesse ser esta pessoa.

Depois ela aparece já conversando com o jovem advogado que, na mesma época tinha acabado de ser recrutado por um grande escritório de advocacia.

Logo na primeira conversa os dois já aparecem se estranhando diante de um pequeno impasse – ele alegando estar num emprego de tempo integral que não o permitiria fazer o “bico por fora” para defender a causa sugerida pela amiga da mãe.

Ela, sem ouvir o que ele diz, toca no rosto do rapaz e puxa seus óculos questionando como ele podia usar óculos tão sujos enquanto o limpa com um guardanapo de pano.

Era a primeira briga entre os dois e um sinal de que ali já estava nascendo uma grande parceria.

Já em outra cena, imagine só, na casa daquela senhora determinada, ela mostra ao jovem rapaz uma foto da tia Adele – uma linda jovem que tinha tido o privilégio de ter seu retrato pintado pelo famoso pintor da época –  Gustav Klimt – autor de outras obras de arte como o quadro O Beijo. Os dois passam minutos admirando em silêncio a pequena foto daquela grande obra de arte.

A sobrinha diz que o quadro de sua tia foi tirado da parede da casa dela durante a sua infância pelos nazistas que durante a guerra roubavam as obras de arte dos lugares que invadiam.

“Agora o quadro está pendurado na Galeria Belvedere, em Viena” – completa a senhora.

Os dois conversam sobre a possibilidade de se unirem para trazer o quadro de volta para ela, agora residente nos Estados Unidos, para onde fugiu durante a guerra.

O rapaz faz uma primeira tentativa através do escritório onde trabalhava, sob a desconfiança de seu chefe, que duvidava que um quadro que já tinha virado até imã de geladeira poderia mesmo sair da Áustria.

O jovem contra argumenta com o chefe dizendo que poderia ser um erro ignorar o caso.

De repente, a senhora e seu novo advogado aparecem sendo conduzidos pela esposa do mesmo até o aeroporto rumo a uma viagem internacional para a Áustria.

Dentro do avião, ela sente calafrios provocados pelas suas melhores e piores lembranças da infância, da família e de como a guerra e a perseguição aos judeus os separou tragicamente.

Eles aparecem andando pelas ruas de Viena e ela se emociona ao ver a casa onde morava.

E enquanto ficam parados admirando o imóvel pelo lado de fora, ela conta para ele que se casou ali aos olhos de metade de Viena da época. Sua família era rica e muito conhecida no início do século.

Lindas cenas do casamento são recordadas espelhando o interior da memória da senhora.

Eles então seguem caminho e são abordados na rua por um estranho que lhes dá as boas vindas, dizendo ser jornalista e estar interessado em cooperar com eles no caso que tinha se tornado famoso nos jornais locais.

Eles vão colocar todos os obstáculos possíveis para impedir que a senhora retire o quadro do museu daqui e o leve para os Estados Unidos.” Afirma o rapaz.

E é o que acaba acontecendo, os dois passam a enfrentar uma série de obstáculos sucessivos até que o jovem advogado tenha a brilhante ideia de tentar achar uma cópia do testamento da tia, o que poderia mudar os rumos do processo.

Então eles aparecem nos corredores de uma espécie de grande repartição pública, parecida com uma enorme biblioteca procurando pelo precioso testamento.

“Isto até está parecendo um filme do 007-James Bond e você está a cara do Sean Conery querido.” Afirma a simpática e motivada senhora.

Sucedem-se então várias cenas dos debates nos tribunais de Viena – o advogado alegando que o quadro pertence a sua cliente, ouvindo os advogados austríacos contra argumentarem dizendo que a pintura refletia a Mona Lisa da Áustria, como já tinha alertado o jornalista agora amigo dos dois.

Começa uma guerra jurídica internacional pela posse da obra de arte.

A senhora aparece discursando no tribunal dizendo que os nazistas destruíram a família dela, mataram seus amigos e a obrigaram a abandonar o povo e os lugares que amava para ser uma refugiada daqueles tempos nos Estados Unidos.

Ela dizia que lutaria muito para não deixar que a humilhassem de novo.

Sem sucesso na primeira tentativa em terrenos austríacos, a dupla aparece requerendo a abertura de um processo internacional nos tribunais americanos.

Seguem-se sessões de tribunal e cenas de júri fortes e intensas recheadas de argumentos e contra argumentos históricos e culturais.

As duas partes tentam fazer uma negociação quando se sentem mais fracas e negam a cooperação quando se sentem mais fortes, criando ainda mais impasses ao desenrolar do processo.

Num dos julgamentos, a senhora aparece contando a história do seu passado que é brilhantemente refletida nas cenas de suas memórias.

Uma hora eles perdem temporariamente a causa, outra hora eles ganham temporariamente a causa e lutam por ela como se disputassem um prato de comida, ainda que sejam os mais fracos lutando contra os poderosos.

Durante sua fala numa das audiências, ela alega que quando as pessoas visitavam o museu para admirar uma obra-prima de um dos maiores pintores austríacos, ao olharem para o quadro, na verdade estavam olhando para uma propriedade dela, o retrato de sua querida tia, uma mulher inesquecível e que conversava sempre com ela sobre a vida.

Ela apela no tribunal pelo direito de ter o quadro, que foi seu no passado, de volta no presente.

O trailer do filme integralmente narrado acima (como é do meu estilo de recomendar um filme que gosto muito, por causa da riqueza e da inteligência da composição de um trailer que conta sobre o filme sem revelar seu desfecho e sua essência) termina com os dois dentro de um carro indo para o julgamento final.

O resultado você só descobrirá assistindo a este filme incrível.

O nome do filme é A Dama Dourada ( Woman In Gold), de 2015 e tem uma nota 7,3 na opinião de quase 32.000 pessoas que o assistiram e o avaliaram no maior site de cinema do mundo – o IMDB.

O Filme tem a interpretação genial da excelente atriz Helen Mirren (mais conhecida pelo filme “A Rainha”) como a protagonista Maria Altman sempre cercada por um elenco competente e uma trilha sonora muito boa.

É um excelente filme cuja história bem contada gira em torno de muita arte e cultura (literatura, pintura, cinema, música clássica, paisagens exuberantes, história e justiça).

Esta é a minha dica para você e sua família aproveitarem o feriado que se aproxima.

Veja o trailer abaixo:

Gostou deste artigo? Leia também: Cultura: Como turbinar seu cérebro para 100% de utilização

Sobre Mauro Condé [ MaLuCo:) ] 3584 Articles
Nascido em Belo Horizonte, Mauro Lúcio Condé carrega uma bagagem profissional de muito prestígio. De simples operário, Condé chegou à diretoria da General Eletric e também passou por grandes empresas como EDS e GEVISA, mas consagrou de vez sua carreira no Citibank, do qual foi Diretor Executivo de Qualidade e depois como executivo do Banco Itaú e Telefônica. As mais de quatro décadas de experiências levaram Mauro Condé a abrir sua própria empresa de consultoria e ministrar palestras no Brasil e no mundo.
Contato: Twitter

Seja o primeiro a comentar

Deixe uma resposta

Seu e-mail não será divulgado.


*