“Não deixe o ruído da opinião dos outros abafar a sua própria voz interior” Steve Jobs
A dica de filme para o você ver neste fim de semana e nestas férias é Steve Jobs.
O filme destaca momentos decisivos na vida de Steve Jobs desde o lançamento do primeiro Macintosh em 1984 e a criação da Next até a introdução revolucionária do iMAC.
O foco do filme são as diversas apresentações que ele fazia para plateias apaixonadas e sem mostrar as apresentações, o filme usa os bastidores das mesmas para mostrar os dramas e dilemas que cercavam a mente brilhante do gênio de Steve Jobs.
O filme conta com interpretação magistral do excelente ator Michael Fassbender, que mesmo sem parecer fisicamente conseguiu incorporar o personagem como se fosse o próprio.
Ele conta com a ajuda da igualmente brilhante Kate Winslet no papel de sua assessora direta por mais de duas décadas.
Algumas coisas que chamaram a atenção no filme :
A exaltação de Steve Jobs à obra de Igor Stravinsky, especificamente a deliciosa música Sagração da Primavera, que ele chegou a usar como trilha sonora de suas palestras.
O destaque para o espírito competitivo e autoritário de Jobs, que não pensava duas vezes para gritar com as pessoas em público quando elas lhe apresentavam uma desculpa. Ele sempre dizia : Faça isto e pronto, eu quero assim, se vire para fazer funcionar já ou eu vou te trocar por alguém que saiba fazer.
Os momentos de tensão criados pela sua ex-namorada, mãe de sua filha Lisa, por causa de dinheiro, pagamento de pensão e reconhecimento da paternidade. Jobs sentia culpa por não assumir a filha ao mesmo tempo que a admirava pela forma como ela pensava exatamente como ele.
O desequilíbrio entre o alto QI demonstrado por Jobs e um baixo QE (Nível de Inteligência Emocional) – o gênio capaz de criar obras que o marcariam por gerações era incapaz de manter relacionamentos simples e saudáveis com as pessoas à sua volta.
A característica mais marcante da personalidade de Steve Jobs = a distorção da realidade = marcada pela sua propensão de mentir e exagerar as coisas frequentemente – para ele não importava se o que acreditava e dizia era uma mentira para os outros, ele insistia em arrastar a situação e as pessoas de tal forma até tornar suas mentiras em verdades.
Ele tinha inteligência privilegiada, visão de futuro de poucos e uma baixa tolerância à críticas e à pessoas que pensavam diferente dele.
Os conflitos técnicos e emocionais que Steve Jobs tinha com outro gênio da Apple, o Steve Wozniak, seu amigo de infância e gênio responsável pela criação dos produtos que Steve Jobs divulgava tão bem. Wozniak vivia implorando para Jobs reconhecer publicamente os colaboradores do Apple II alegando que as pessoas viviam ou morriam pelos seus elogios.
As incríveis reviravoltas no roteiro da sua vida = a fundação da Apple a partir do ponto zero, a transformação da empresa na maior potência do planeta, a sua demissão sumária da mesma e a sua recontratação para tirá-la do buraco onde ela se enfiou depois de sua saída. O filme não menciona sua luta contra o câncer.
Quando percebeu que a filha também adorava música e vivia carregando para baixo e para cima um enorme walkman, que ele comparava a um tijolo na cintura, dentro do qual ela carregava velhas, enormes e ultrapassadas fitas cassete com poucas das suas músicas preferidas, ele prometeu que colocaria as músicas no bolso dela para ela ouvir com um fone de ouvido e dai criou o primeiro iPod da história.
A frase que ele gostava de dizer para os críticos que o atacavam por não ouvir o que os clientes queriam = “Quem disse que o cliente tem sempre razão, com certeza era um cliente” – não ouça seus clientes, entregue aquilo que eles não esperam e os surpreenda positivamente, era o seu grande lema. “As pessoas não sabem o que elas querem até você mostrar a elas” era uma de suas frase favoritas.
Em vários momentos do filme Jobs deixa claro para amigos que :
Ser demitido foi a pior coisa de toda a sua vida, mas foi também o sofrimento somado às suas decepções profundas que o transformaram num dos maiores gênios de todos os tempos.
O questionamento de um repórter a Steve Jobs sobre a origem do símbolo da Apple ser um maçã mordida com as cores do arco-íris – o repórter queria confirmar a especulação (que existe até hoje) de que o símbolo seria uma homenagem ao maior gênio da computação de todos os tempos – Alan Turing – as listras coloridas com as cores do arco-íris representariam uma bandeira gay e a mordida na maça poderia estar associada à forma como Turing morreu envenenado comendo a fruta.
Em minha opinião o filme vale a pena e você deve gostar dele também por se tratar de um roteiro bem montado e interpretado sobre a saga de um gênio e seus fantasmas interiores.
O filme revela o quanto a natureza humana é tão inexplicável quanto complexa – Para afastar suas dores interiores devido a uma vida difícil e complicada desde o nascimento, ele literalmente se matou para mudar o mundo apegando-se ao culto ao design e ao exterior, ao que podia ser visto em detrimento das dores psicológicas que ele procurava esconder.
O que mais prende neste filme é a luta constante de Jobs para ser sempre o primeiro, o melhor, o único, o dono da verdade, o ator principal, o maestro que dirige a orquestra enquanto os outros agem como coadjuvantes, os músicos que tocam os instrumentos.
Veja o poster do filme, que tem uma excelente nota 7,2 na opinião de quase 110 mil pessoas que o assistiram e o avaliaram no maior site de cinema do mundo – o IMDB:
Veja o trailer do filme:
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