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[Dica de Cultura] O mendigo que sabia de cor os adágios de Erasmo de Rotterdam

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O dinheiro é a coisa mais aterrorizante da vida das pessoas!

Eu li esta frase hoje e a usei como inspiração para a minha dica de Cultura/Leitura de hoje:


“A LOUCURA É A ORIGEM DAS FAÇANHAS DE TODOS OS HERÓIS – A LOUCURA É A ÚNICA COISA QUE TORNA A VIDA SUPORTÁVEL” 

– Erasmo de Rotterdam

Qual o sentido da vida? Qual é o nosso propósito neste mundo? Afinal de contas o que vale mais e é mais valorizado pelas pessoas – ter dinheiro, acumular  bens materiais ao longo da vida ou acumular conhecimento e ser dono de uma riqueza intelectual e espiritual? E se uma coisa não levar necessariamente a outra?

E se a erudição adquirida for apenas conhecimento inútil, que usamos como escape para confrontar um mundo que só valoriza bens materiais, poder e dinheiro, sem o qual o seu conteúdo, o que tem dentro da sua mente e seus pensamentos ficariam reduzidos a pó por pura intangibilidade financeira?

Um pouco antes de comprar este livro, eu presenciei uma cena que me chocou e me fez pensar e que me inspirou a comprar o livro, quando vi a coincidência do seu título com aquela cena: eu vi um mendigo sentado no chão no meio da rua do centro da cidade, sentado sobre um cobertor imundo, altamente compenetrado enquanto lia um livro sobre filosofia como quem devora um prato de comida.

Ele parecia ter fome por letras, por palavras e por ideias que juntas pudessem lhe dar uma explicação convincente sobre o sentido da vida,  a necessidade do dinheiro, do amor, da amizade das pessoas e principalmente uma razão para viver, ser feliz, sofrer e depois morrer com o máximo de sabedoria possível.

Este livro é excelente e agradável pelos meus conceitos, embora não seja simples e de fácil “digestão”.

O título já sugere, de forma metafórica, uma foto do protagonista e um filme da sua vida.

Fala de um mendigo que passa a maior parte de sua vida lendo livros pelas lentes de sua erudição.

Fala de um mendigo interessado em Filosofia, principalmente em Erasmo de Rotterdam e que por isto mergulha de cabeça nas páginas que descrevem os adágios da loucura descritos no texto deste escritor genial.

O contraste entre o mendigo, a pobreza, a leitura, a riqueza intelectual choca e emociona.

É um livro que nos faz refletir sobre a condição da solidão humana, sobre o abandono e a invisibilidade a que são submetidas certas pessoas que mesmo no auge das suas faculdades mentais não tenham recursos financeiros para se quer viver seus dias dignamente.

É de emocionar, de fazer as lágrimas quererem saltar das pálpebras imaginar a situação de um mendigo que mesmo envolto por todo o seu sofrimento, busca refúgio na leitura, no acesso à Cultura como uma motivação a mais para continuar vivendo.

Em resumo, o livro conta a vida e a história de um mendigo inteligente, denso, triste em alguns momentos, alegre em outros e um escritor nato, revelado por sua obsessão pela leitura frequente de livros e pela arte da pichação de suas ideias e pensamentos.

Por mais que seja o seu sofrimento exterior, ele busca nos livros, na leitura e no acesso a cultura uma forma de investir no seu interior como maneira de aguentar firme a vida e esperar por dias melhores.

Este livro me fez lembrar um grande ensinamento que carrego comigo, desde pequeno, um ensinamento do meu pai que motivou a minha transformação num leitor serial:


“Um dia, podem te tirar o seu carro, a sua casa, as suas roupas, a sua comida. Mas o que tem dentro da sua cabeça ninguém tira e com o que tem lá dentro, você reconstrói e reconquista de novo tudo o que perder.”

Este livro me comoveu, me encantou e bateu de frente como uma causa que eu defendo apaixonadamente na vida:

LEIA ! LEIA MUITO ! LEIA MAIS ! LEIA PARA SER UMA PESSOA AINDA MELHOR!

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Sobre Mauro Condé [ MaLuCo:) ] 3585 Articles
Nascido em Belo Horizonte, Mauro Lúcio Condé carrega uma bagagem profissional de muito prestígio. De simples operário, Condé chegou à diretoria da General Eletric e também passou por grandes empresas como EDS e GEVISA, mas consagrou de vez sua carreira no Citibank, do qual foi Diretor Executivo de Qualidade e depois como executivo do Banco Itaú e Telefônica. As mais de quatro décadas de experiências levaram Mauro Condé a abrir sua própria empresa de consultoria e ministrar palestras no Brasil e no mundo.
Contato: Twitter

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