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Nossos inimigos em comum são o stress, o tédio, a monotonia, a rotina e falta de tempo do dia a dia. Para combatê-los procuro publicar nos fins de semana, dicas que te inspirem a cuidar ainda mais da sua saúde física e mental.
Você uma pessoa cada vez melhor é a grande causa pela qual trabalho na vida.
Minha dica de cinema para esse fim de semana vai para o filme :
Troca de Rainhas
Baseado no livro “L´Échange des Princeses” da escritora francesa Chantal Thomas, esse belo filme nos leva a fazer uma série de viagens imaginárias, uma dentro da outra, viagens fantásticas pelo tempo e pelo espaço.
Num primeiro zoom do quebra cabeça da história, viajamos para o século XVIII, mais precisamente no ano de 1721.
Aproximando um pouco mais o zoom, nos vemos dentro de dois países europeus vizinhos, tradicionais e importantes historicamente, a França e a Espanha que há anos vinham se destruindo gradativamente numa guerra sem vencedores.
Dando mais um zoom viajamos para dentro da mente dos regentes destes países na época.
Lá dentro temos acesso aos seus planos estratégicos para colocar um fim à guerra através de um plano político de juntar as famílias reais das duas nações por meio de casamentos arranjados, algo muito comum naquele tempo.
Detalhando o que vemos nesse plano, descobrimos que o regente francês Felipe de Orléans decide casar seu filho Luís XV, de apenas 11 anos com a princesa espanhola Anna Maria Victória, de apenas 4.
Tudo muito precoce numa época em que a expectativa de vida era de 35 anos.
O plano se estende para uma troca de rainhas (na verdade princesas, devido a pouca idade das envolvidas).
Felipe também casa a filha, Mile de Motnpensier, de apenas 12 anos, com o herdeiro do trono da Espanha.
Todos os eventos, para a realização da simbólica troca de rainhas são arranjados à luz de interesses políticos e acontecem num meio ultra luxuoso, incluindo castelos majestosos e carruagens magnéticas.
Tudo minuciosamente costurado e acordado, menos a reação das crianças, que reagem de forma insperada e transformam a trama da história.
Tudo acontecendo à revelia das crianças reais, que só tinham que obedecer, visto que suas nobrezas impunham servidão ao reino em detrimento da vontade própria.
Crianças marionetes, num mundo de ambições adultas.
Nem todo o luxo do mundo serve para amenizar a pressão sentida pelas crianças pelo fato de não terem controle sobre suas próprias vidas.
Porém surpresas aguardam para alterar o destino daquelas vidas que estariam pré-destinadas à união compulsória.
O filme, baseado no livro de Chantal Thomas e dirigido pelo diretor e também escritor Marc Dugain, é um colírio para os olhos.
Com muita maestria o filme alterna uma embalagem visual leve, linda e colorida com um conteúdo cinza e pesado, não deixando que a história densa se transforme em um filme pesado e difícil de ver.
A perfeita combinação das luzes com as sombras, do cinza, preto e branco da história com o colorido dos cenários e dos figurinos.
Os figurinos são de fazer inveja e de dar vontade de ter o poder de voltar no tempo. As locações paradisíacas.
Tudo é uma festa para os olhos, num show estético de fazer brilhar os olhos e cair o queixo.
Um charmoso filme histórico que navega entre o documentário e uma ficção.
Breve análise filosófica da história do filme :
O filme pode ser comparado com um jogo complexo de xadrez onde os jogadores são os adultos da época agindo o tempo todo de maneira infantil, sem pesar as consequências de seus atos e as peças são as crianças precocemente forçadas a se comportarem como adultos sem a devida maturidade que o tempo, as descobertas e as próprias escolhas propiciam.
Uma situação que configura o eterno dilema humano : “Somos nós que controlamos a nossa vida ou é a nossa vida que nos controla?”
Psicologicamente vemos crianças altamente ansiosas, medrosas e cheias de fobias e manias provocadas pelo peso da responsabilidade precoce que lhes é atribuída.
Além disso o filme gira em torno do tema do medo da morte que se sobrepõe às ambições dos humanos.
No fundo quem acaba governando todas as situações é a morte, fazendo seus planos em sigilo e agindo de forma impactante e sem aviso prévio.
Na época a expectativa média do tempo de vida era de apenas 35 anos e isso provocava nas pessoas um medo que acabava se transformando em pânico e pavor em relação à morte, levando as pessoas a fazerem escolhas de vida impensadas e desastrosas que acabam empurrando-as para uma solidão e melancolia provocadas pela falta de sentido e significado da vida.
E, na época, a vida e a morte seguiam juntas por intermédio da crença religiosa.
Crédito para as fotos mostradas neste post = fonte original site IMDB
Para sua pré-avaliação informo as notas recebidas por esse filme nos melhores sites de cinema do mundo:
7,4 na opinião de 360 pessoas no site IMDB
8,0 em minha opinião (média entre 9,0 para fotografia, direção de arte, cenários e figurinos e 7,0 para o roteiro)
Veja o Trailer e se puder assista ao filme, para relaxar e descansar.
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